Sophie Charlotte defende descriminalização do aborto: "Maior do que ética"

Convidada para o lançamento da nova coleção da marca MyFavoriteThing(s) nesta quinta-feira (9), em São Paulo, Sophie Charlotte conversou com a Universa.
No bate-papo, a atriz falou sobre ser uma figura pública em relação a questões políticas, feminicídio, legalização do aborto e a maternidade.
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Figura pública x cidadã
Quando questionada sobre o uso das redes sociais, onde se manifesta sobre diversas causas, a atriz contou que, assim como qualquer outro cidadão, usa essas plataformas com o intuito de dar voz ao que acha importante ser debatido.
“A gente acaba se mostrando muito, os nossos pensamentos, mas meu objetivo não é mudar o pensamento dos outros. Eu não quero impor nada e sim ter a liberdade de me colocar também, assim como qualquer outra pessoa. (...) É importante porque você tá visitando a casa das pessoas todos os dias com seus personagens. Mas eu me permito ter opiniões e crenças, que não são piores ou melhores do que as de ninguém”, disse.
Feminicídio
Com os diversos casos de feminicídio que estão estampando as manchetes dos veículos, não só brasileiros, Sophie contou que a maternidade trouxe uma visão diferente para ela sobre o assunto.
A atriz compartilhou o pensamento de que nada do que está acontecendo é “novo”, mas está ganhando notoriedade agora que movimentos como o feminismo estão trazendo à luz discussões como essa.
“Eu acho que a gente está aos poucos desconstruindo o velho e normal, aquele que não nos serve mais. Para isso, nós temos que fazer uma faxina dentro das casas, dentro das escolas, dentro de tudo o que forma o ser social. A gente ainda tem muita coisa para transformar”, disse.
Aborto
Sobre a discussão do aborto, a atriz, que já se mostrou a favor da descriminalização, comentou sobre a importância dessa discussão. Em sua opinião, o caso não se trata de “ética”, mas de uma questão de saúde pública.
“Ninguém está inventando o aborto, já acontece. De forma clandestina, que arrisca a vida de muitas mulheres, principalmente as mais pobres. Quando você reconhece essa realidade e não fecha os olhos para ela, chama a atenção de quem está governando sobre o desamparo com o corpo da mulher”, opinou.
Maternidade
Mãe de Otto, com 2 anos de idade, que começou a ir para a escolinha recentemente, Sophie falou sobre como a maternidade trouxe uma visão diferente sobre o tempo para ela.
“O tempo passa depressa, quando você tem filho enxerga e vive o tempo de outro jeito. Ele é uma lembrança constante que o tempo passa e passa rápido. É como olhar para a própria vida e toda a sua transformação e renovação de energia”, concluiu.
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