Grupo de vítimas de assédio no Facebook muda o nome e mulheres vivem terror

No início de julho, um dos maiores grupos em inglês para vítimas de assédio no Facebook teve o nome e a foto trocados pelos administradores. Em poucos dias, o espaço antes exclusivo para pessoas selecionadas foi invadido por centenas de novos usuários. As mulheres, que até então publicaram relatos íntimos no grupo, passaram a ser perseguidas na rede.
As ameaças diziam que as histórias publicadas ali seriam enviadas aos abusadores das vítimas. Um usuário se gabou de ter coletado todas as informações dadas por uma mulher em apenas um arquivo. Com isso, ele poderia publicar o material mesmo que o Facebook o excluísse da rede social. Mulheres entraram e desespero e medo nas últimas semanas. O caso foi revelado pela revista norte-americana "Wired" na última quinta (19).
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Segundo a reportagem, não é claro se o grupo foi invadido ou se os próprios administradores deram iniciativa aos ataques. O local contava com milhares de mulheres. A popularidade tinha um motivo: o grupo era fácil de ser encontrado em uma busca e tinha um nome bem famoso: "metoo". Desde 2017, a hashtag #MeToo é usada como campanha para denunciar assediadores sexuais. De ínicio, os administradores faziam uma pequena avaliação com perguntas aos possíveis novos membros antes da admissão.
O Facebook deletou os usuários envolvidos nos ataques só quando soube que a reportagem iria ao ar. Após centenas de mulheres fazerem denúncias, o grupo também foi deletado, o que deixou dúvidas da autoria do ataque.
Rede social pratende tornar grupos mais transparentes
Os grupos de Facebook se tornaram uma ferramenta importante para campanhas e confraternização de ideias e experiências. Com esse recurso, foram articulados atos importantes como a gigantesca marcha mundial em prol dos direitos das mulheres do dia 8 de março.
Recentemente, o Facebook afirmou que vai tornar mais transparente as informações disponíveis sobre os grupos, mostrando a data de criação, um histórico de modificações em nomes e fotos e revelando a quem está vinculado. Até então, é possível gerar um grupo vinculado a uma página sem atrelar a um perfil específico. Foi o caso do 'metoo'.
Além disso, a rede recentemente precisou consertar uma brecha na qual se poderia ver quem eram os membros de grupos fechados.
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