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Homem é condenado a 30 anos por matar grávida que recusou fazer aborto

Getty Images
Imagem: Getty Images

Marcos Candido

Da Universa, em São Paulo

17/07/2018 15h23

Em uma noite do dia 23 de maio de 2012, Gisele Cordeiro Reis foi convidada pelo parceiro Vinícius dos Reis Pereira a ir em um motel na cidade de Alagoinhas, na Bahia. Ela estava grávida, e já havia sido forçada pelo homem a tomar medicamentos para interromper a gravidez.

Gisele foi morta por homem agora condenado a 30 anos de prisão; ela havia se recusado a fazer um aborto - Reprodução - Reprodução
Gisele foi morta por homem agora condenado a 30 anos de prisão; ela havia se recusado a fazer um aborto
Imagem: Reprodução

Sem sucesso e com a recusa da mulher, ele armou uma emboscada. Segundo as informações do Ministério Público que Universa teve acesso, assim que chegou ao local Vinícius asfixiou Gisele até a morte. O corpo foi encontrado no dia seguinte em uma cova rasa nos fundos da casa do agressor. 

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Na semana passada, Vinícius foi condenado pela Justiça baiana a 30 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O juiz considerou o motivo torpe e a ação premeditada. Além disso, ele também responde por provocação ao aborto, o que rende de um a três anos de prisão.

O outro lado

A defesa do réu afirma que ele tinha deficiência mental e de que não pode responder pelos atos, tese não acatada pelo Tribunal. À época do crime, um delegado do caso chegou a dizer que ele forjou uma carta em nome de Gisele, na qual ela falsamente dizia ter se envolvido com outro homem. Após o assassinato, ele fugiu e foi preso no município de Rio Real, também na Bahia. O caso criou comoção em Alagoinhas, cidade com pouco mais de 120 mil moradores a cerca de 2 horas da capital Salvador.

O estado baiano teve um aumento 81,5% de homicídios de mulheres entre 2006 e 2016, segundo o Atlas da Violência divulgado em junho. Só em 2016, foram registradas 441 mortes de mulheres no estado.