Negras morrem mais: número de homicídios é 71% maior que entre não-negras
![10.mai.2018 - Muro com pintura da vereadora Marielle Franco no local onde ela morreu em março - Antonio Scorza / Agência O Globo](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/a6/2018/05/10/10mai2018---muro-com-pintura-da-vereadora-marielle-franco-no-local-onde-sera-feita-reconstituicao-do-assassinato-hoje-a-noite-1525970420191_900x506.jpg)
O Brasil mata suas mulheres — mas, principalmente, as negras.
A conclusão é do Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta terça (5).
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Em 2016, último ano analisado pelo estudo, cerca de 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Este número cresceu cerca de 6,4% em relação à década anterior.
Roraima é o estado em que mais se mata mulher no Brasil: são 10 homicídios a cada 100 mil mulheres, uma distância razoável dos colocados seguintes da tabela, Pará (7,2) e Goiás (7,1). As menores taxas no período são de São Paulo (2,2), Piauí (3,0) e Santa Catarina (3,1).
Os homicídios de mulheres negras
Ao analisar registros de morte violenta no Brasil entre 2006 e 2016, a pesquisa concluiu que o número de homicídios de mulheres negras no período cresceu 15,4%, enquanto o mesmo crime entre a população não-negra teve queda de 8% em sua incidência.
Somente no último ano de referência do estudo, a taxa de assassinatos de mulheres negras foi 71% maior que a de mulheres não-negras.
O estado de Goiás tem a pior taxa de homicídio de negras do país — cerca de 8,5 mortes a cada 100 mil mulheres — e também a desigualdade mais acentuada, já que a taxa de mortes violentas de mulheres não-negras é menos da metade deste valor, cerca de 4,1 a cada 100 mil.
O top 3 de estados violentos para a mulher negra é completado por Pará, em segundo lugar com 8,3 mortes a cada 100 mil, e Roraima em terceiro, com 6,1 a cada 100 mil.
"O início do ano de 2018 foi marcado pelo assassinato de Marielle Franco. A comoção pública e a transformação de seu nome em símbolo de resistência são sinais de que a violência contra a mulher está deixando de ser naturalizada", conclui, em tom otimista, o relatório da pesquisa.
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