Feminicídio mata 239 mil garotas com menos de 5 anos na Índia anualmente

De acordo com um estudo publicado pelo Lancet Global Health, as taxas de feminicídio na Índia são alarmantes. Pesquisas mostram que mais de 239 mil meninas, com 5 anos ou menos, morrem anualmente na região, ou seja, 2,4 milhões de garotas são mortas a cada década devido a discriminação de gênero presente na sociedade.
A maioria das mortes são consequência da negligência de suas famílias e órgãos de saúde pública, como na distribuição de alimentos e atendimento médico. Além disso, as garotas têm menor acesso à educação do que os garotos na mesma faixa de idade.
Veja também
- Uma mulher entre 100 vai à Justiça contra violência doméstica, diz CNJ
- Mulher acusa homem de se masturbar em voo e reclama de omissão da Avianca
- Morta com martelo, jogada contra ônibus: Brasil tem 13 feminicídios por dia
O estudo ressalta ainda que, em condições naturais e em países onde a descriminalização de gênero não é tão acentuada, as taxas de mortalidade de meninas com menos de cinco anos devem ser menores do que as dos meninos, devido a uma vantagem biológica natural.
Christophe Guilmoto, professor da Universidade Paris-Descartes, na França, complementa os dados afirmando que por muito tempo, a seleção do sexo da criança, mesmo antes dela nascer, é um dos fatores agravantes para que a situação tenha chegado a esse ponto.
“A discriminação baseada em gênero não impede apenas que as meninas nasçam na Índia, mas também precipitam a morte daquelas que já nasceram. A igualdade de gênero não se trata apenas de direitos à educação, emprego ou representação política. Abrange também questões como cuidados rotineiros, vacinação, nutrição dessas meninas e, claramente, sua sobrevivência”.
Nandita Saikia, coautora da pesquisa, reforça a necessidade de uma intervenção para reduzir os dados, principalmente no norte da Índia, onde os números são acentuados.
“Isso reforça a necessidade de abordar diretamente a questão da discriminação de gênero, além de incentivar o desenvolvimento social e econômico de seus benefícios para as mulheres indianas”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.