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"Minha avó era contra tendências de moda", diz neta de Audrey Hepburn

Emma Ferrer, neta de Audrey Hepburn, acompanha a 45ª edição da SPFW - Deividi Correa/AgNews
Emma Ferrer, neta de Audrey Hepburn, acompanha a 45ª edição da SPFW Imagem: Deividi Correa/AgNews

Da Universa

24/04/2018 16h01

“Minha avó era contra tendências de moda. Por isso criava as próprias”, explica Emma Ferrer, neta de Audrey Hepburn. A jovem, de 25 anos, foi convidada por Raquel Davidowicz, estilista da UMA, para o desfile da marca nesta edição da São Paulo Fashion Week. 

A ligação de Emma com o desfile vai além do fato de sua avó ser um ícone da moda. Emma é modelo, embaixadora da ONU e trabalha diretamente com refugiados. Não por acaso, o tema da coleção criada por Raquel são os imigrantes. A UMA também fechou uma parceria com a organização Abraço Cultural, escola de idioma com professores refugiados, e vai lançar uma linha de camisetas com a venda revertida para projetos de apoio à causa do refúgio. “A crise de refugiados é o problema que mais se alastra no mundo hoje e o que envolve mais indivíduos”, diz Emma.

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Leia abaixo a entrevista com Emma Ferrer:


Qual é seu papel na ONU?

Eu trabalho com os Estados Unidos para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Eu sou uma embaixadora e o meu papel é chamar atenção para os refugiados, seus direitos e diferentes situações envolvendo refugiados ao redor do mundo.

Você costuma viajar com frequência para visitar campos?

Na minha primeira missão eu viajei para Grécia para trabalhar com os refugiados que estavam em campos e em moradias lá. Estou planejando ir para a Índia para começar um projeto lá que vai chamar atenção e educar as pessoas sobre os direitos de mulheres e garotas de lá. Eu amo viajar para trabalhar nisso, mas tem muito trabalho que também pode ser feito de Nova York, onde eu vivo. É importante manter um equilíbrio entre os dois e achar maneiras de me manter envolvida.

Dentro do campo do trabalho humanitário qual questão te preocupa mais?

O que mais me preocupa atualmente no problema mundial dos refugiados é que ele envolve indivíduos muitas vezes dentro de nossos próprios países e que não migraram de outros lugares. Você pode ser um refugiado em seu próprio país se você foi forçado a deixar sua casa por violência doméstica. Não necessariamente envolve um turbilhão social, apesar de isso ser o mais frequente. Eu acho que por essa razão a crise de refugiados é o problema que mais se alastra no mundo hoje e o que envolve mais indivíduos.

Você segue alguma tendência de moda que foi eternizada pela sua avó?

Não. Eu mantenho minha maneira se pensar sobre roupas simples e frugal. O fato é que minha avó nunca seguiu tendências como um princípio. Ela era contra as tendências. Então ela fazia as próprias.

O que você sabia sobre o Brasil antes de chegar aqui?

Sabia que tinha um clima maravilhoso, pessoas artísticas e apaixonadas, plantas e raízes indígenas.