Isabella Rossellini não vai denunciar estuprador: 'Destruiria a vida dele'

Apesar de entender a importância do movimento #MeToo (eu também, na tradução livre), a atriz e modelo Isabella Rossellini decidiu que não vai revelar o nome do homem que a estuprou. “Eu entendo que, para muitas pessoas, é importante falar sobre as próprias experiências. Contudo, para mim, não tem importância”, disse a artista ao portal de notícias americano Vulture.
“Eu fui estuprada com 15 ou 16 anos. O abusador era um ano mais velho que eu. Por que eu iria trazer essa história à tona 48 anos depois? E se as pessoas começarem a dizer que eu preciso revelar o nome dele? Eu nem sei o que aconteceu com ele. Ele pode estar casado, pode ter filhos. Eu sou uma estrela na Itália. Se eu revelar quem fez isso comigo, vou destruí-lo”, explicou a artista.
Veja também
- #MeToo: Estilista da Chanel diz que "está cansado" das denúncias de assédio
- Famosos condenam diretor Terry Gilliam por afirmar que #MeToo é "máfia"
- Mulheres da cena heavy metal criam o #KillTheKing, seu próprio #MeToo
Parte do motivo que levou a atriz de "Veludo Azul" a tomar essa decisão foi o fato de os tempos terem mudado. “Esse homem me machucou em um contexto de uma cultura que estamos todos tentando mudar. Eu não acho que devo apontar o dedo para uma pessoa e destruir a vida dela porque ela me fez mal em outro momento. Não tenho coração para isso”, concluiu.
Apesar da decisão de não levar a denúncia adiante, Isabella deixou claro que acha o movimento super importante. “Para mim, o mais interessante é como o #MeToo mostrou a todos como nós, mulheres, somos diminuídas das mais diversas formas. O estupro é uma forma de machucar que todo mundo reconhece. No entanto, há outras formas. Poderia ser seu chefe dizendo que sua saia caiu bem em você. É um elogio, mas você se sente diminuída. Ouvir mulheres de todas as idades contanto suas histórias e mostrando como os homens podem ser desonestos é inspirador”.
A postura de Isabella contrasta com a de muitas de suas colegas, principalmente com Catherine Deneuve. No entanto, ela prefere seguir a própria decisão. “É tão complicado. Estou feliz por estarmos falando sobre essas questões, porque todas as mulheres foram perseguidas, mas isso nunca foi discutido antes”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.