Proprietária denuncia jogadores por destruição de casa alugada no Airbnb
Quando a roteirista Julia Priolli, 39, chegou em sua casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, depois de um fim de semana alugando-a via Airbnb, encontrou o imóvel de uma maneira diferente da qual havia deixado.
"Eu aluguei a casa para um cara chamado Gabriel Martins. Ele deu uma festa pra 150 pessoas no domingo à noite, sendo que é estritamente proibido dar festa [como informa o anúncio no site], e destruiu a casa".
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A festa em questão, que começou na tarde do último domingo, 8, e se estendeu madrugada adentro, foi a comemoração do aniversário de Matheus Rivoredo, que reuniu vários nomes do esporte, como os jogadores Lucas Crispim, ex-namorado de Rafaella Santos, irmã de Neymar, atualmente no Esporte Clube São Bento; André Felipe, do Grêmio; Giovanni Augusto, do Vasco; Thomás Jaguaribe, do Sport Recife; o ponta Ricardo Lucarelli, da Seleção Brasileira de Vôlei; e também o cantor Mariano, da dupla Munhoz e Mariano; e a atriz Ligia Pessotto, do "Zorra Total"; para citar alguns.
Julia chegou a receber mensagens de vizinhos reclamando do barulho. "Foi uma festa de arromba. O mais estranho de tudo é que era de domingo pra segunda", contou Gustavo Ribeiro, 38, vizinho da roteirista. "Eu acordei 1h30 da manhã e o som estava muito alto. Dava pra ver que tinha muita gente lá, muita gritaria", completou.
À Universa, Gabriel Martins, sócio proprietário da Global Sports & Entertainment, empresa de representação de jogadores de futebol, relatou que estava ciente das regras e ficaram apenas 6 pessoas na casa. "Não teve festa nenhuma, o que teve foi um churrasco permitido pela proprietária, como no print abaixo", disse. "Depois que o imóvel foi entregue, ela disse que estava sujo. Foi usado durante 3 dias sem empregada, é normal que fique sujo. Então ela alegou que eu teria danificado inúmeros objetos, o que não é verdade. Temos muitos amigos em SP [Gabriel é do Rio de Janeiro] que foram dar um abraço no aniversariante, mas na casa ficaram apenas as 6 pessoas que estavam na ocupação permitida".
Gabriel disse ainda que não sabia do estado da casa quando ela foi entregue. "A proprietária entrou em contato comigo reclamando da sujeira do imóvel e das roupas de cama, problemas esses que tentei solucionar me disponibilizando a pagar por toda a limpeza e a lavagem. Logo depois ela atribuiu à minha estadia inúmeros objetos quebrados que não foram utilizados, como máquina de lavar por exemplo, que eu não sei nem usar".
O dia seguinte
Segundo Julia, ela encontrou camisinhas e absorventes pela casa, além de fezes e vômito em toalhas. "Quando cheguei, no dia seguinte, tinha uma pessoa tentando disfarçar, limpar a casa, mas ela não conseguia, de tão 'sem noção' que tava. Ela falou que teve uma balada para 150 pessoas", contou a proprietária.
"A casa inteira cheirava urina. Ficamos 3 dias sem conseguir dormir lá. O sofá estava ao relento, queimado, rasgado e manchado, bem como os tapetes. Meu aparelho de som não liga mais, a cama do meu filho está quebrada. Vai ter que fazer obra, porque quebrou a banheira de hidromassagem, por exemplo. Vai ter que pintar as paredes. Vou ter que jogar fora todas as toalhas e edredons da casa - inclusive coisas que eu não havia disponibilizado - porque não tem a menor condição de salvar".
Julia mora na casa com seus dois filhos e o namorado e, desde janeiro, aluga-a aos finais de semana para complementar sua renda. Ao saber da situação, ela entrou em contato com o Airbnb. "Liguei para os caras chorando e a pessoa me deu uma resposta burocrática. Me mandou entrar no site e me escreveu um e-mail dizendo que, em casos assim, é necessário fazer o protocolo pelo site", conta ela.
"Levou 48 horas para alguém se dignar a me ligar e dar as orientações dali pra frente. Só depois eu descobri que eu poderia ter ido para um hotel, que eu não deveria ter mexido em nada e que eu preciso comprovar que as coisas não estavam quebradas antes com notas fiscais".
Ela explicou que em seu contrato no Airbnb está escrito que, a cada pessoa extra, é cobrado 150 reais, mas a empresa só está disposta a cobrir os danos, por meio do seguro. "Eles disseram que não vão pagar o adicional por pessoa. Só por foto no Instagram consigo comprovar que teve 30 pessoas a mais".
Resposta da empresa
Em nota, o Airbnb afirma que "está prestando todo apoio à anfitriã desde o momento em que foi informado desse incidente lamentável. Ela está coberta pelo nosso seguro de até US$ 1 milhão contra danos ao patrimônio e a plataforma também ofereceu cobrir outros custos inesperados para aliviar o inconveniente enfrentado pela família".
A empresa garante que o hóspede foi removido da plataforma por violação das regras. "O Airbnb já registrou mais de 300 milhões de chegadas de hóspedes em anúncios no mundo inteiro e incidentes como este são extremamente raros". Ainda segundo sua assessoria, toda a documentação de danos enviada por Julia já foi recebida e está em análise, com prioridade devido à gravidade do caso.
Ainda em conversa com a Universa, a relações públicas do Airbnb, Leila Suwwan, explicou que a demora no atendimento apontada por Julia não é comum: o procedimento padrão da empresa é oferecer apoio 24 horas aos anfitriões por meio de seus canais de comunicação. Leila garantiu que, assim que tomou conhecimento do caso, encaminhou a queixa ao escritório da empresa em São Francisco.
No vídeo abaixo, os danos causados ao imóvel.
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