É marketing pessoal ou arrogância? Como se promover sem queimar o filme
Em tempos de competitividade acirrada e com o mercado em constante mudança, é preciso evidenciar os resultados alcançados no trabalho para garantir destaque em qualquer tipo de organização. Assim, não basta fazer uma boa entrega, é preciso falar dela aos colegas e superiores. “O marketing pessoal é a ferramenta usada para ressaltar, de maneira positiva, a sua imagem, as suas características, ações e competências, pessoais e profissionais”, conta Felipe Carvalho, gerente de negócios da Thomas Case & Associados. Só não dá para perder o pé nessa autopromoção, a ponto de provocar antipatia e desconfiança nos demais. E a linha é tênue, como você vai ver a seguir.
Propor soluções
É marketing pessoal. Uma das melhores maneiras de mostrar suas habilidades no ambiente de trabalho é pensar em soluções para os problemas recorrentes que afetam o negócio e até as pessoas à sua volta. “Levar inovações para os projetos da empresa gera visibilidade e traz credibilidade ao colaborador”, conta o gestor de RH, Bruno Santana.
Apontar problemas dos outros
É arrogância. Marketing pessoal tem a ver com promover a si mesmo e não com tentar desqualificar o outro, atitude que, em qualquer tipo de empresa, criará uma péssima impressão.
Falar dos seus bens materiais
É arrogância. Você até pode pensar que está inspirando pessoas ao mostrar seu carrão novo, conquistado com muito trabalho. Mas certas coisas não precisam ser ditas, são notadas. Além disso, é preciso considerar que as novas gerações prezam mais o acesso que a aquisição. “Então, vale expor apenas aquilo que é útil ao outro ou ao ambiente profissional, naquele momento”, conta Jorge Barros, gerente de marketing do Grupo Bridge.
Compartilhar experiências
É marketing pessoal. Desde que elas estejam de acordo com o contexto discutido, você pode falar sobre aprendizados que teve em outras empresas, em outros cargos e com outras equipes. O objetivo deve ser sempre o de enriquecer a discussão e apoiar a tomada de decisão no presente.
Mostrar-se atualizado
É marketing pessoal. Mais uma vez, é fundamental que as novidades citadas no ambiente de trabalho estejam relacionadas ao projeto em desenvolvimento. “Não é arrogante demonstrar conhecimento. O que torna a fala arrogante é quando um profissional se coloca como mais capacitado que outro”, diz Viviane Narducci, mestre em Administração de Empresas e professora do IDE Management FGV.
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Defender suas ideias usando dados objetivos
É marketing pessoal. Essa é uma estratégia que ajuda a vencer impasses dos mais variados tipos. Afinal, contra fatos não há argumentos, certo?
Rebater todas as críticas dos colegas
É arrogância. É válido expor seus pontos de vista. Mas as reuniões também podem ser um bom momento para evidenciar uma qualidade cada vez mais rara no mundo corporativo: a humildade. Considere que não há nada de errado em receber críticas, desde que elas sejam construtivas.
Selecionar muito bem o que posta nas redes sociais
É marketing pessoal. Seus amigos podem até achá-lo muito reservado (ou chato) por isso. Mas as redes sociais potencializam de maneira surpreendente o alcance das mensagens. Um post pode ser divertido para um grupo de amigos, mas pode soar ofensivo a um de seus contatos profissionais.
Postar sobre suas conquistas profissionais, sem citar a equipe
É arrogância. Ao agir assim, você estará se mostrando incapaz de tirar proveito do que há de melhor no todo. “Isso acontece quando o indivíduo deixa de perceber os outros por estar muito envolvido consigo mesmo”, explica a gerente de RH, Ana Marques.
Falar da sua dedicação a um projeto
É marketing pessoal. Não há problema algum em contar o caminho que você percorreu até o sucesso. “É importante dizer que você se sentiu desafiado. Estará implícita a ideia de que você se esforçou para aquilo acontecer da melhor maneira possível”, conta a coach de negócios Larissa Grosseli.
Mencionar que trabalhou fora do horário para fazer a entrega
É arrogância. Já é de se esperar que grandes projetos demandem grande empenho; nesse contexto, trabalhar fora do horário de expediente é relativamente comum. E assumir a posição de vítima quando há várias pessoas no mesmo barco, bem ao seu lado, pode pegar mal. “Dependendo da situação, o fato também pode ser interpretado como falta de organização”, diz Felipe Carvalho.
FONTES: Bruno Santana, Gestor de RH e MBA em Gestão de pessoas. Viviane Narducci, PHD e Mestre em Administração de Empresas, diretora da Narducci Consulting – Consultoria e programas de capacitação em Gestão Estratégica de Pessoas, professora do IDE – Management FGV. Felipe Carvalho, gerente de negócios da Thomas Case & Associados. Ana Marques, gerente de RH da Nova Opersan. Jorge Barros, Gerente de Marketing do Grupo Bridge. Larissa Grosseli, coach de negócios e co-fundadora da Baruki Treinamento e Desenvolvimento Humano.
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