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Modelos negros e com cabelos cacheados ganham espaço na passarela da SPFW

Andressa Zanandrea

Do UOL

27/08/2017 04h00

Sempre dominadas por brancos e cabelos lisos, as passarelas da São Paulo Fashion Week devem ter mais diversidade nesta edição. Se há um ano os modelos negros e com fios cacheados correspondiam a 15% do total dos castings, para a edição N44, que começa hoje, a representatividade dobrou e chegou a 30%, de acordo com as agências.

A presença da LAB, comandada por Emicida e Fióti, na semana de moda, chamou a atenção para a necessidade de diversidade. A chegada da marca ao line-up da SPFW aconteceu na edição 42, há um ano, e sacudiu os padrões.

“Muitas pessoas nos perguntavam quais eram os motivos para levarmos pessoas reais à passarela, e era simples responder: aquelas eram as nossas pessoas normais. São as caras que vemos nas ruas de São Paulo e do Brasil. Vivemos num dos países com população mais miscigenada do mundo e de maioria negra, não faria sentido termos um casting que não fosse composto por essas histórias", explica Fióti.

Nada de alisar os cabelos

O discurso foi assumido por outras marcas e também percebido pelas agências de modelos. “A diversidade é rica e precisa ser respeitada. Assumir quem você é nunca esteve tão em alta”, afirma Liliana Gomes, diretora da Joy Model. No time da agência, vários modelos negros ou com cabelos cacheados são apostas para a SPFW.  “Os cabelos crespos reforçam a autoaceitação e a quebra de padronizações”, completa.

Muitas modelos pararam de alisar os fios. "Elas assumem seus cachos ou seus cabelos crespos, naturalmente como são, e isso é ótimo. Não vemos mais tantas meninas alisando os cabelos. Assumir sua personalidade está em alta, e temos identificado isso entre as modelos. São os reflexos do passar do tempo e do respeito à diversidade, que hoje é muito bem vinda no mercado da moda", diz Anderson Baumgartner, diretor da Way Model. Segundo ele, os clientes cada vez mais procuram esse tipo de beleza. "É uma feliz tendência”, celebra.