"Foi uma brincadeira", diz estagiário demitido por posts sexistas
O estudante Gabriel Vaz, que era estagiário de engenharia civil do grupo Cantareira, foi desligado da empresa nessa terça-feira (8) após posts no Facebook que foram considerados pela empresa como sexistas e extremistas. Mais tarde, ele fez um post na rede social se desculpando pelas postagens.
"Quero frisar que foi uma brincadeira, brincadeira essa entre meus amigos, que pensam como eu, em nenhum momento tive a intenção de ofender ninguém. As pessoas que se ofenderam, desculpe-me, nunca imaginei que teria a repercussão nacional que teve”, escreveu.
Além disso, o estudante reconheceu que tudo saiu do controle. “As coisas saíram do controle e pela minha família, pelos amigos, pela empresa, pelas pessoas que me seguem: DESCULPEM-ME entendam o post como realmente foi, uma piada", disse.
O jovem tirava fotos dentro dos empreendimentos que trabalhava com legendas, como "Procurando alguma feminista para ajudar a descarregar [o caminhão] ... Direitos iguais até a carga de cimento" ou "Analisando um projeto hidrossanitário da rede de esgoto por onde vai passar os argumentos das feministas, aborteiras e etc...".
Em nota, o grupo Cantareira afirmou que, ao tomar conhecimento dessas postagens com teor sexista e extremista, optou pelo desligamento do estagiário da equipe. "Apesar das fotos terem sido feitas em nossos empreendimentos, ressaltamos que não reflete a opinião do grupo, mas particular [do estagiário]", afirma.
De início, Vaz não reagiu bem à demissão. Além de fazer críticas ao dono da construtora que, segundo ele, é um deputado federal que votou contra a operação Lava-Jato, ele alegou que estava com três salários atrasados. "Houve uma conversa para que eu apagasse os posts bem-humorados que foram feitos enquanto estagiava lá com três meses de salários atrasados. Hoje, me desvinculo dessa empresa caloteira, que está usando essa situação para ficar bem na imagem pública, abalada por atrasos e calotes. Censurado por uma opinião divergente. Sigo firme na defesa da verdade", escreveu em sua página no Facebook.
Em nota, o grupo Cantareira afirmou que está em processo de recuperação judicial, mas segue os prazos e cronogramas estipulados pelo juiz para o pagamento dos salários. “A crise no setor da construção civil fez com que muitas empresas fechassem e demitissem os colaboradores. Contudo, mesmo com dificuldades diante do cenário econômico, o grupo Cantareira segue com os empreendimentos, honrando seus compromissos. Quanto ao salário, apenas o pagamento de janeiro, que deveria ter sido pago no dia 06 de fevereiro, será feito nos próximos dias. Não procede as afirmações do ex-colaborador”.
Além disso, a empresa ainda reiterou que nada justifica o posicionamento sexista e o discurso de ódio do ex-estagiário. “Acreditamos que este é um posicionamento e crença pessoal e não tem relação com as possíveis justificativas dadas por ele. Mais uma vez ressaltamos que o posicionamento do ex-colaborador não reflete a ideologia dos sócios, nem a missão do grupo”.
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