Garagem bem projetada e segura: veja como planejar o abrigo do seu carro
O projeto de uma garagem pode parecer pouco complexo pelo fato do espaço ter um uso simples: guardar o carro. No entanto, a construção desse cômodo deve cumprir certas exigências para que o lugar seja prático, funcional e seguro. E como em construção civil não é possível adotar o "jeitinho" é essencial contratar um engenheiro ou arquiteto para a elaboração de um plano com dimensões, iluminação e a ventilação adequadas. Como o abrigo para o automóvel é muitas vezes negligenciado, o UOL Casa e Decoração elencou alguns elementos que merecem atenção durante a reforma ou construção. Faça sua lista e mãos à obra!
Medidas mínimas – Ao planejar uma garagem para a casa, atente-se às regras do código de obras de sua cidade e respeite parâmetros técnicos estabelecidos pela norma de desempenho de edificações NBR 15.575:2013 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O texto em vigor desde 2012 visa a garantia do nível de desempenho mínimo (ao longo da vida útil) para os principais elementos de toda e qualquer edificação habitacional (estruturas, fundações, vedações, instalações hidrossanitárias e elétricas, fachada, pisos e cobertura etc.).
No município de São Paulo, de acordo com a engenheira Lourdes Printes, é exigido que a área dedicada à garagem tenha, ao menos, dois metros de largura e 4.2 metros de profundidade. Este espaço é suficiente para o abrigo de um carro popular e/ou compacto. As dimensões mínimas para um veículo médio são 2.1 m por 4.7 m e para um automóvel grande, 2.5 m por 5.5 m. Tais medidas estão discriminadas no Código de Obras e Edificações, lei nº 11.228/92, da capital paulista.
Contudo, o projeto deve prever a circulação das pessoas e, em vista disso, o arquiteto Ricardo Horiuchi explica que no caso de um carro convencional (popular/ médio), em linhas gerais, as dimensões mínimas devem ser 3.7 m por 5 m. A altura entre o piso e o teto, pode variar entre 2.1 a três metros e essa medida deve ser bem pensada, pois a altura do veículo pode comprometer a ventilação no local. Carros altos, como caminhonetes ou SUVs demandam pés-direitos mais elevados.
Iluminação correta – Na hora de iluminar, prefira os modelos tubulares T5 com lâmpadas fluorescentes ou LEDs, porque são mais econômicos e duráveis. Em relação à distribuição dos pontos de luz, instale, no mínimo uma luminária próxima à entrada e outra ao fundo. Quanto à quantidade de luz artificial, em uma garagem interna ou coberta, deve ser igual ou superior a 75 lux (unidade de iluminância). Uma boa dica: faça uso de sensores de presença, eles dão comodidade, oferecem mais segurança ao motorista ao entrar no abrigo e ajudam na economia energética.
Ventilação – Para a segurança dos usuários, a garagem deve ter ventilação adequada a fim de que o monóxido de carbono, liberado pelo escapamento do veículo e altamente tóxico (pode, inclusive, matar por asfixia), não se acumule no espaço. Planeje formas de arejamento natural para essa troca de ar necessária: em abrigos fechados instale janelas grandes e/ou um portão sem fechamento contínuo, maciço e opaco ou com uma faixa vazada acima da estrutura, possibilitando a circulação permanente de ar.
Tipos de piso – Opte por revestimentos resistentes ao impacto e ao peso do automóvel: pedras (a exemplo da miracema), ladrilhos hidráulicos ou revestimentos cerâmicos para alto tráfego, paralelepípedos, mosaico português ou pisos intertravados são boas alternativas. É importante também estar atento à execução do contra piso e, quando houver, ao rejuntamento para evitar dilatações e fissuras posteriores.
Ainda ao escolher o material para compor o chão, além do quesito resistência, leve em conta a propriedade antiderrapante e a facilidade de manutenção. Os pisos monolíticos (como concreto e cimento queimado), por exemplo, são indicados para a garagem por não terem rejuntes – característica que facilita a limpeza. Os acabamentos em pedra, porém, apesar bastante duráveis e antiderrapantes, absorvem o óleo do carro que pode vir a pingar. Para minimizar o problema, dê preferência às menos porosas.
Outros elementos estruturais e funções extras – Além de se preocupar com a dimensão, iluminação, ventilação e tipo de piso de sua garagem, não esqueça de instalar tomadas, um ponto de água, um ralo e um extintor de incêndio para o uso eficiente e seguro do local. Caso queira guardar ali as bicicletas, a forma mais fácil é pendurá-las em um suporte fixado à parede.
"A la" norte-americanos, que tal fazer da garagem uma pequena oficina? Nas pequenas, um painel perfurado e prateleiras instaladas a partir de 1.5 metros bastam para organizar ferramentas, sem prejudicar a circulação. Em um ambiente mais generoso, cogite montar uma pequena estação de trabalho adicionando uma bancada em conjunto com o painel e as prateleiras. Mas atenção! Não utilize o espaço para outras atividades enquanto o carro estiver ligado e, após a saída do automóvel, aguarde pelo menos 30 minutos antes de usar o local a fim de que o monóxido de carbono se dissipe.
Fontes: Lourdes Printes, engenheira e diretora da LCP Engenharia & Construções e Ricardo Horiuchi, arquiteto do escritório Motirõ.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.