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Aos sete meses, grávida de quíntuplos dá à luz em São Paulo

Karina com 27 semanas de gestação em imagem da página do Facebook "Vem Quíntuplos por Aí" - Reprodução/Facebook
Karina com 27 semanas de gestação em imagem da página do Facebook 'Vem Quíntuplos por Aí' Imagem: Reprodução/Facebook

Thamires Andrade

Do UOL, em São Paulo

13/04/2015 14h01Atualizada em 14/04/2015 13h53

 

Grávida de quíntuplos e internada desde março, Karina Bárbara Barreira deu à luz os filhos, nesta segunda-feira (13), com 27 semanas de gestação (quase sete meses). Mãe e bebês passam bem, segundo Linus Pauling Fascina, superintendente médico-hospitalar e diretor técnico do hospital Sepaco, em São Paulo. Karina e o marido, João Biagi Júnior, 36, são de Santos, mas precisaram vir para São Paulo, pois a cidade não tinha estrutura para o parto.

Por ser uma gravidez de cinco bebês, esperava-se que Karina não completasse 40 semanas de gestação, mas alcançasse, pelo menos, a 32ª semana. O parto aconteceu ainda mais cedo porque um dos bebês apresentou insuficiência placentária. "O sangue da mãe já não estava sendo passado de forma adequada para uma das crianças, portanto, resolvemos adiantar o parto antes que houvesse qualquer tipo de prejuízo para ela", explica Fascina.

De acordo com o médico, a cesárea teve duração de 40 minutos, e o intervalo de nascimento entre o primeiro e o último bebê foi de três minutos. O primeiro a nascer foi o menino, com 1,185 kg. As quatro meninas nasceram na sequência e pesavam, respectivamente, 905 gramas, 930 gramas, 595 gramas e 715 gramas. "Todos estão bem formados e agora vão passar por um período de crescimento extrauterino. A faixa de peso era a esperada, pois, por restrições anatômicas, não caberia bebês maiores dentro do útero", afirma o superintendente.

Fascina foi um dos coordenadores dos treinamentos realizados pelo Sepaco para o parto dos quíntuplos. Como o nascimento envolveu oito neonatologistas (pediatras especializados em recém-nascidos), três obstetras, dois anestesistas, três enfermeiros, um instrumentador e seis técnicas de enfermagem, os médicos fizeram duas simulações da cesárea de Karina.

Os cinco bebês ficarão na UTI pediátrica do hospital até ganharem peso necessário (1,8 quilos) para terem alta. A estimativa, segundo o diretor técnico do hospital Sepaco, é que eles permaneçam internados por dois a três meses e que ganhem de 10 a 20 gramas por dia. "O objetivo também é que os pulmões possam crescer e amadurecer com conforto", afirma.

Na tarde desta segunda (13), três bebês foram entubados e dois respiravam com ajuda de um suporte de oxigênio. De acordo com Fascina, esse tipo de intercorrência é esperado devido à prematuridade. "Nos próximos dez dias, é uma gangorra adaptativa. Em alguns momentos, os bebês prematuros ficam muito bem e, às vezes, pioram. Caso continuem como estão, já é uma grande vitória", afirma.

Nesta terça-feira (14), apenas um dos bebês permanece entubado, enquanto os outros quatro respiram com ajuda de um suporte de oxigênio não invasivo. "Eles evoluíram muito bem e estão recebendo alimentação pela veia. A fase é de muitos cuidados", fala Luci Meire Pivelli Usberco, superintendente operacional do hospital.

Karina está estável e sem sinal de qualquer complicação. Ela ficou internada na UTI por precaução, mas será transferida para o quarto nesta terça-feira (14) e poderá visitar a UTI neonatal para ver os filhos. "A princípio, a alta da mãe será igual a de qualquer outra cesárea, caso não haja nenhuma intercorrência, em 72 horas, e ela poderá ficar como acompanhante dos filhos", afirma Fascina.
 
Segundo Luci, Karina já deve ter o colostro (primeiro leite produzido pela mãe no pós-parto), que será coletado e distribuído entre os cinco bebês. "Esse leite tem nutrientes importantíssimos para as crianças. Nos demais dias, nós faremos a coleta do leite materno e ele será distribuído um pouco para cada um dos quíntuplos. Os bebês também receberão uma fórmula  específica para prematuros como complemento", afirma.
 

O pai dos quíntuplos declarou que não tinha palavras para descrever a emoção do momento do parto. "Não consigo resumir em uma palavra. Acompanhei tudo desde o início e chorei de felicidade quando chegou a hora. Não sabia se gritava para comemorar", afirma.

Biagi contou que ainda não divulgou o nome das crianças, pois ele e Karina precisam definir como se chamará uma das quatro meninas. "Como falta escolher um nome, a gente optou por não divulgar ainda. Assim que definirmos, todos saberão o nome dos quíntuplos", afirma.