Entenda para que serve o coach e saiba escolher um bom profissional
De uns tempos para cá, o termo coaching se tornou popular --e não só no mundo corporativo. Porém, muitas dúvidas ainda cercam o assunto. É uma espécie de treinamento? Um tipo de pós-graduação? Uma técnica milagrosa capaz de levar o profissional à presidência da empresa? Um embuste vendido como um processo que vai trazer sucesso à vida de qualquer um?
Segundo Rosa Krausz, presidente da Abracem (Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial), o coaching é uma técnica utilizada para facilitar a tomada de decisões e a busca de alternativas em momentos de dificuldades ou dilemas na carreira.
É um processo que lembra muito a terapia, com sessões de conversas sigilosas, mas com duração e alcance menores. Geralmente são necessários de seis a dez encontros de uma hora e meia, em média. E embora existam por aí pessoas de má fé ou desqualificadas que se autonomeiam coaches, a técnica é bastante proveitosa e pode mesmo alavancar a vida profissional.
Benefícios à carreira
As empresas podem sugerir aos colaboradores que se submetam ao coaching, mas nunca obrigá-los. "O ideal é que a própria pessoa tome a iniciativa de procurar o serviço e que as sessões ocorram em um ambiente neutro, de preferência no escritório do próprio coach", diz Rosa Krausz.
Para a consultora Ana Paula Peron, sócia-diretora da Presence Talentos, de São Paulo (SP), um dos maiores benefícios dessa técnica é conquistar autonomia, tornando-se capaz de aprender cada vez mais sobre si mesmo e sobre suas possibilidades de escolhas. Assim, torna-se mais fácil agir com maior adequação às suas metas ou às da empresa.
Escolha certa
O coaching é uma atividade profissional reconhecida, mas não uma profissão regulamentada. A formação do coach é feita em entidades como a Abracem e a SBCoaching (Sociedade Brasileira de Coaching), ou em faculdades com cursos na área de gestão de pessoas.
Apesar da grande oferta de coaches pelo mercado, quem deseja contratar os serviços de um especialista deve procurar escolher aquele com a melhor formação possível ou que tenha sido indicado por alguém.
Os especialistas afirmam que hoje há uma banalização do processo, com jovens recém-saídos da faculdade atuando como coaches. Dominar a técnica não é suficiente. É importante acumular experiência profissional e de vida. "Investigue e analise o currículo do profissional, procure outros clientes que já utilizaram seus serviços e descubra quais resultados ele já alcançou", afirma Caio Infante, diretor-geral da Trabalhando.com.
Segundo Ana Cristina Simões, coach executiva pela Abracem que atua há mais de 15 anos no mercado corporativo, um aspecto bastante importante na seleção de um profissional é a empatia. "O coaching é um processo personalizado. Então, só terá sucesso se houver ética, respeito, confiança, transparência e abertura entre essas duas pessoas", afirma.
Um bom profissional, na opinião de Ana Cristina, não detém respostas prontas ou dá conselhos genéricos, mas avalia profundamente as necessidades de seu cliente e o ajuda a encontrar as soluções que busca através de perguntas e ferramentas específicas.
Efeito terapêutico
Coaching não é psicoterapia, mas é terapêutico. A terapia prevê o acompanhamento psicológico do indivíduo com técnicas e práticas que o levem ao autoconhecimento, à compreensão e à administração de conflitos internos e ao equilíbrio emocional. "Terapia é um processo conduzido por profissionais com profundo conhecimento da psique humana. Já por terapêutico podemos entender tudo aquilo que facilita a mudança, que nos acrescenta, que nos liberta e nos deixa mais felizes. Como uma conversa com um bom amigo", afirma Izabel.
O coaching promove tudo isso através da discussão da carreira, sem necessariamente entrar nos conteúdos psicológicos da pessoa. Não é uma terapia, embora em alguns casos o profissional possa sugerir a procura por um psicólogo.
No entanto, além da vida profissional, outras esferas da vida costumam ser atingidas no processo uma vez que alguém disposto a discutir sua carreira costuma estar aberto a falar sobre si, sua família e seu mundo. Segundo Débora Gibertoni, coach pela SBCoaching e diretora da Personalité Coaching, de São Paulo, "Há uma melhora perceptível na relação com a família, no nível de confiança e de autoestima e, em alguns casos, até mesmo na saúde do indivíduo".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.