Jovem agredida em Paris lança site contra assédio sexual
Plataforma permite que outras mulheres compartilhem experiências semelhantes à da jovem, que foi assediada e depois agredida no rosto por um homem, diante de um café parisiense.
Vídeo que mostra agressão viralizou.Uma jovem francesa que divulgou imagens em que leva um soco no rosto após enfrentar um homem que a assediou em Paris lançou nesta quarta-feira (1º/07) um site para que outras mulheres, também vítimas de assédio sexual, possam compartilhar suas experiências.
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"O objetivo do site é recolher testemunhos de assédio na rua, no trabalho, na esfera privada", declarou Marie Laguerre, de 22 anos, à agência de notícias AFP. "É anônimo, e isso vai permitir às mulheres falar livremente."
Na semana passada, Laguerre reagiu a um assédio sexual diante de um café na capital francesa. Um homem lhe dirigiu palavras obscenas, e ela respondeu com "cale a boca". Depois ele arremessou um cinzeiro contra ela e, por fim, a agrediu no rosto.
Marie publicou o vídeo da agressão nas redes sociais e relatou ter recebido mensagens de várias partes do mundo, tanto de mulheres compartilhando experiências semelhantes como de homens que manifestavam apoio a ela. A estudante também concedeu uma série de entrevistas à imprensa francesa e internacional.
Para ajudá-la no lançamento do site, Laguerre buscou conselhos de grupos feministas, como Les Effrontées. Os testemunhos reunidos no site também serão difundidos no Facebook, na página NousToutesHarcèlement (Somos todos assediados), mesmo nome do site, e em outras redes sociais com a hashtag #TaGueule (cale a boca).
Laguerre está ciente de que há outras iniciativas semelhantes, mas, segundo declarou à AFP, ela considera importante acrescentar "mais um tijolo ao edifício".
Também nesta quarta-feira, o Parlamento francês aprovou um projeto de lei contra a violência machista que inclui multas a quem fizer comentários sexistas e agravamento das penas de prisão por agressão sexual a menores. O texto foi aprovado por 92 votos a favor, nenhum contra e oito abstenções.
O projeto de lei era patrocinado pela ministra da Igualdade, Marlène Schiappa, em resposta ao movimento #MeToo e a situações recorrentes de assédio sexual nas ruas.
A nova lei inclui a imposição de uma multa de até 750 euros pelo delito de injúria sexista, o que inclui comentários de viés sexista que ofendam a dignidade de mulheres e que sejam degradantes ou humilhantes ou criem uma situação intimidatória hostil ou ofensiva.
No debate parlamentar anterior à aprovação, Schiappa assegurou que a lei vai ao encontro das promessas do presidente Emmanuel Macron de combater o sexismo na sociedade francesa.
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