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Programa estudantil amplia presença feminina em Wall Street

Sign of Wall Street with flags in the background -
Sign of Wall Street with flags in the background

Emma Kinery

Da Bloomberg

20/08/2018 18h13

Rachel Simpson recebeu várias mensagens de boa sorte em seu primeiro dia de estágio na Vista Equity – muitas envidas por outras jovens que ela conheceu por meio do programa Girls Who Invest. Encerrado o estágio, ela espera que as novas amigas e as lições do treinamento impulsionem a carreira dela no setor financeiro.

Girls Who Invest é um programa de três anos que visa aumentar a diversidade no segmento de gestão de recursos. Seu alcance está se ampliando, com maior número de estudantes e cursos em duas universidades e pela internet.

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Neste ano, 120 universitárias fizeram intensivão de um mês em gestão de recursos antes de iniciarem estágios durante as férias escolares em uma das 66 instituições parceiras.

Para moças como Rachel Simpson, que estuda Economia na Universidade Duke, o programa expande o que ela aprende em sala de aula por meio de treinamento e experiência no mundo real.

"Ainda não posso cursar matérias eletivas em finanças, então quase tudo o que eu aprendo em aula é teórico", disse ela. O programa "ajudou quando cheguei ao estágio."

Mulheres representam menos de 10 por cento dos gestores de fundos dos EUA, de acordo com levantamento da Morningstar. O objetivo do Girls Who Invest é que mulheres administrem 30 por cento do capital para investimento no mundo todo até 2030. Segundo a presidente Janet Cowell, é mais difícil para elas entrar nesse negócio.

"Queremos que as jovens tenham acesso à gestão de dinheiro", disse Cowell. "É aí que está muito poder."

O número de alunas neste ano foi o maior até agora e quatro vezes maior do que em2016. O programa começou na Faculdade de Administração Wharton da Universidade da Pensilvânia e neste ano chegou à Universidade Notre Dame. O currículo foi elaborado por professores de Wharton.

Além das aulas, as estudantes participam de um projeto de avaliação de ativos e propõem ideias para executivos de empresas como McDonald's e Comcast. Entre as parceiras do programa estão Goldman Sachs Group e JPMorgan Chase, que já fizeram contratações, disse Cowell.

Para Neha Kushwaha, aluna da Faculdade Barnard, o Girls Who Invest também ajuda as estudantes a formar relacionamentos duradouros - e úteis.

"Fiquei tão íntima das meninas e nem pensava nisso quando comecei", disse Kushwaha, que foi estagiária da Pacific Investment Management Co. (Pimco). "Fizemos esse treinamento todo juntas, ficamos muito amigas e então 15 outras e eu fizemos estágio em Nova York e mantivemos contato."

Girls Who Invest foi idealizado por Seema Hingorani, que já foi diretora de investimentos dos fundos de pensão da cidade de Nova York. Ainda é cedo para medir a eficácia do programa, mas dados preliminares indicam que até 80 por cento das envolvidas atuam como estagiárias ou funcionárias no setor financeiro. Aproximadamente 190 mulheres fizeram o treinamento presencialmente e 300 cursaram a versão online.