Católicos pedem ao papa liberação de contraceptivos
Um grupo de organizações católicas liberais publicou, nesta sexta-feira, uma carta aberta ao papa Bento 16 pedindo para que o pontífice suspenda a proibição do uso de contraceptivos.
A carta foi publicada como um anúncio de meia-página no jornal italiano Corriere della Serra por ocasião do 40º aniversário da encíclica Humanae Vitae, escrita pelo papa Paulo IV e que instituiu a proibição ao controle de natalidade.
A carta afirma que a política contra os métodos contraceptivos da Igreja havia causado "efeitos catastróficos" para os mais pobres, além de ter colocado em risco a vida de mulheres e arriscado a infecção de milhares pelo vírus HIV.
"Porque a hierarquia da Igreja Católica exerce grande influência em muitas políticas de planejamento familiar, ela obstrui a implementação de políticas públicas de saúde efetivas na prevenção ao HIV", diz a carta emitida pelo grupo, liderado pela organização americana Catholics for Choice.
"Papa Bento 16, nós o convidamos a usar esse aniversário como oportunidade para começar o processo de cura sendo verdadeiro aos aspectos positivos dos ensinamentos católicos sobre sexualidade e suspendendo a proibição da contracepção", afirma a missiva.
Segundo o texto, a suspensão iria permitir que os católicos "possam planejar suas famílias com segurança e em boa consciência".
O documento foi assinado por diversas organizações católicas internacionais, inclusive a Católicas pelo Direito de Decidir, com sede no Brasil.
Polêmica
A encíclica de Paulo VI, escrita em 1968, foi defendida por seus sucessores, João Paulo II e Bento 16 e é considerada uma das mais polêmicas da história moderna da Igreja.
Antes de sua publicação, no jornal oficial do Vaticano, LŽOsservatore Romano, Paulo VI havia selecionado uma comissão para estudar o uso da camisinha, da pílula e de outros métodos de contracepção.
Na época, a comissão recomendou, por maioria, que era possível mudar a doutrina da Igreja Católica para permitir o uso de contraceptivos.
No entanto, o papa recusou essas recomendações e aceitou as opiniões mais conservadoras a respeito dos métodos de contracepção.
"Humanae Vitae continua sendo fonte de grande polêmica e divisão entre católicos e não-católicos", afirma a carta emitida pelo grupo.
Prática
De acordo com John O'Brien, presidente da organização americana Catholics for Choice, disse à BBC que a proibição do uso de contraceptivos é "desmoralizadora e perigosa", pois a encíclica foi escrita quando ainda não se conhecia o HIV.
Segundo ele, o Vaticano teria se omitido com relação à prática do uso de contraceptivos entre católicos no mundo inteiro.
"Não importa onde se vá no mundo, da Polônia até Portugal, das Filipinas até Pittsburgh, acontece o mesmo: os católicos usam contraceptivos e apóiam seu uso", disse.
O correspondente da BBC em Roma, David Willey, afirmou que é muito provável que Bento 16 preste atenção no apelo feito pela ala liberal para mudar a doutrina da Igreja.
A carta foi publicada como um anúncio de meia-página no jornal italiano Corriere della Serra por ocasião do 40º aniversário da encíclica Humanae Vitae, escrita pelo papa Paulo IV e que instituiu a proibição ao controle de natalidade.
A carta afirma que a política contra os métodos contraceptivos da Igreja havia causado "efeitos catastróficos" para os mais pobres, além de ter colocado em risco a vida de mulheres e arriscado a infecção de milhares pelo vírus HIV.
"Porque a hierarquia da Igreja Católica exerce grande influência em muitas políticas de planejamento familiar, ela obstrui a implementação de políticas públicas de saúde efetivas na prevenção ao HIV", diz a carta emitida pelo grupo, liderado pela organização americana Catholics for Choice.
"Papa Bento 16, nós o convidamos a usar esse aniversário como oportunidade para começar o processo de cura sendo verdadeiro aos aspectos positivos dos ensinamentos católicos sobre sexualidade e suspendendo a proibição da contracepção", afirma a missiva.
Segundo o texto, a suspensão iria permitir que os católicos "possam planejar suas famílias com segurança e em boa consciência".
O documento foi assinado por diversas organizações católicas internacionais, inclusive a Católicas pelo Direito de Decidir, com sede no Brasil.
Polêmica
A encíclica de Paulo VI, escrita em 1968, foi defendida por seus sucessores, João Paulo II e Bento 16 e é considerada uma das mais polêmicas da história moderna da Igreja.
Antes de sua publicação, no jornal oficial do Vaticano, LŽOsservatore Romano, Paulo VI havia selecionado uma comissão para estudar o uso da camisinha, da pílula e de outros métodos de contracepção.
Na época, a comissão recomendou, por maioria, que era possível mudar a doutrina da Igreja Católica para permitir o uso de contraceptivos.
No entanto, o papa recusou essas recomendações e aceitou as opiniões mais conservadoras a respeito dos métodos de contracepção.
"Humanae Vitae continua sendo fonte de grande polêmica e divisão entre católicos e não-católicos", afirma a carta emitida pelo grupo.
Prática
De acordo com John O'Brien, presidente da organização americana Catholics for Choice, disse à BBC que a proibição do uso de contraceptivos é "desmoralizadora e perigosa", pois a encíclica foi escrita quando ainda não se conhecia o HIV.
Segundo ele, o Vaticano teria se omitido com relação à prática do uso de contraceptivos entre católicos no mundo inteiro.
"Não importa onde se vá no mundo, da Polônia até Portugal, das Filipinas até Pittsburgh, acontece o mesmo: os católicos usam contraceptivos e apóiam seu uso", disse.
O correspondente da BBC em Roma, David Willey, afirmou que é muito provável que Bento 16 preste atenção no apelo feito pela ala liberal para mudar a doutrina da Igreja.
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