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Defensores do direito ao aborto nos EUA convocam manifestação para 14 de maio

Manifestação em 5 de maio de jovens a favor do direito de aborto, em Washington, nos Estados Unidos - Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
Manifestação em 5 de maio de jovens a favor do direito de aborto, em Washington, nos Estados Unidos Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images

06/05/2022 12h07

"Passemos à ação": muitas das principais organizações progressistas dos Estados Unidos convocaram, na quinta-feira (5), os americanos a marchar maciçamente em todo o país, no dia 14 de maio, para defender o direito ao aborto, que a Suprema Corte dá indícios de que deve anular.

"É hora de redobrar nossos esforços", disse Kelley Robinson, da Planned Parenthood, que administra muitas clínicas de aborto em todo o país, em uma entrevista coletiva por telefone.

"Em 14 de maio vamos expressar nossa raiva", acrescentou, ao anunciar quatro grandes protestos em Washington, Nova York, Chicago e Los Angeles, e centenas de concentrações em todo o país. "Esperamos centenas de milhares de pessoas", acrescentou.

Além disso, outras ações devem acontecer mais adiante. "Será o verão [no hemisfério norte] da ira", afirmou Rachel Carmona, cuja organização, Women's March (Marcha das Mulheres), reuniu milhões de opositores de Donald Trump, em 2017, para a primeira "Marcha das Mulheres".

O site jornalístico Politico causou um rebuliço geral na noite de segunda-feira, ao publicar um rascunho de uma sentença da Suprema Corte que, se for aprovada como está, faria os Estados Unidos retrocederem 50 anos, quando cada estado era livre para proibir ou permitir o aborto.

O documento, redigido em fevereiro e aberto à negociação até 30 de junho, considera que a sentença Roe vs. Wade de 1973, que protege o direito das mulheres a interromper a gestação no país, estava "infundada desde o princípio" e que não há nada na Constituição que garanta o direito ao aborto.

Essas revelações causaram comoção na esquerda americana: centenas de pessoas se manifestaram espontaneamente diante da Suprema Corte, os congressistas democratas levantaram suas vozes e o presidente Joe Biden pediu aos eleitores que defendessem o direito ao aborto nas eleições legislativas de novembro.

"Estamos vendo uma energia que não tínhamos visto antes", disse nesta quinta-feira Rahna Epting, diretora do grupo progressista MoveOn, que acusou os republicanos de terem orquestrado o retrocesso ao nomear três juízes conservadores para a Suprema Corte.

"Nossa mensagem aos republicanos é clara: vocês vão nos ver nas ruas em maio, vocês vão nos ver nas ruas em junho e vão nos ver nas urnas em novembro".