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Valentino é ovacionado em sua despedida das passarelas

O desfile-despedida de Valentino, na semana de alta-costura em Paris - AFP
O desfile-despedida de Valentino, na semana de alta-costura em Paris
Imagem: AFP

23/01/2008 17h56

Valentino deu adeus na noite desta quarta-feira ao mundo da moda, aos 45 anos de carreira, aplaudido de pé pelos 800 convidados ao desfile da sua última coleção de alta-costura, fiel à imagem de refinamento e glamour.

De terno e gravata escuros, o estilista italiano, de 75 anos, saudou pela última vez o público depois de ter proposto para o próximo verão uma série de tailleurs de tons pastéis com efeitos gráficos pretos e brancos, e novas variações de vestidos longos, que o tornaram popular entre as estrelas de Hollywwod.

Calorosamente aplaudido no fim do desfile, Valentino subiu à passarela atirando beijos ao auditório que contava com presenças reais, como a da princesa Marie-Chantal da Grécia, estrelas holywoodianas, como a atriz Uma Thurman, estilistas renomados, como Emanuel Ungaro e Alber Elbaz, e ex-top moldels, como Claudia Schiffer.

O seleto público vindo do mundo inteiro pôde assistir a um desfile que aconteceu numa tenda montada nos jardins do Museu Rodin, ao som de uma música ensurdecedora.

O estilista guardou para o fim o célebre vermelho que leva seu nome: as modelos, que usavam vestidos longos Vermelho-Valentino, desfilaram sob aplausos.

Em outubro passado, o estilista já tinha se despedido das passarelas parisienses de prêt-à-porter feminino. Ele passou o bastão para Alessandra Facchinetti, ex-diretora artística da Gucci, para as coleções femininas da grife (alta-costura e prêt-à-porter) e confiou sua linha masculina a Ferruccio Pozzoni.

Mais cedo, o mar e seus seres reais e imaginários serviram de inspiração a Jean Paul Gaultier, enquanto Franck Sorbier propôs uma viagem através do tempo e do espaço, do ano 1900 até hoje, e das praias européias às ilhas dos Mares do Sul.

Franck Sorbier convidou os espectadores a uma viagem pelo tempo e pelo espaço, buscando inspiração na roupa de nossas bisavós, lá pelos idos de 1900, no espírito dos anos 30 ou nas tradições das ilhas dos mares do sul, para uma coleção preciosa e variada, rica em rendas e bordados.

O desfile foi um verdadeiro espetáculo divido em quatro quadros, um deles acompanhado por danças do Taiti.

Logo no início, um vestido imaculado de organza branca toma a passarela, seguido por peças que lembram a roupa íntima das damas de antigamente.

Os anos 30 também inspiram os modelos de Sorbier, com seus roupões e maiôs de duas peças, que rapidamente dão lugar aos mares do sul. Uma série de vestidos de fibra de cânhamo ou de ráfia bordados com motivos geométricos e étnicos fazem lembrar as bailarinas do Taiti. Uma noiva fecha o desfile, com um vestido curtíssimo.

Sorbier apresentou, pela primeira vez neste desfile, várias peças masculinas, entre elas um smoking de calças curtas, para acompanhar o traje de noiva.

Do modesto molusco à suntuosa sereia, Jean Paul Gaultier imagina um vestuário vindo do mar. O desfile foi aberto por uma Pequena Sereia, como a de Copenhague, sentada numa rocha e rodeada de bolhas. Depois, se sucedem saias e vestidos com motivos de escamas, caracóis, algas, redes e medusas.

Calças leves trazem as algas para as passarelas. Um vestido longo preto brilha com redes nos ombros e desenho de escamas e antecipa a entrada de um vestido coral com aplicações esvoaçantes.

As sereias de Gaultier têm bonés com motivos marinhos e tatuagem nas costas e nas pernas.

Com todos os vestidos, é o de noiva que causa sensação: uma sereia recoberta de ouro e nácar, desfila levemente, apesar da cauda.