8 situações para você avaliar antes de impor ao adolescente
É natural que os pais queiram ter os filhos sempre por perto, mas é também normal –e necessário– que os adolescentes comecem a se desgrudar deles com o passar do tempo.
Por isso, muitas vezes, o que os adultos encaram como carinho e demonstração de afeto pode ser visto como um verdadeiro mico pelos jovens.
Obrigar o filho a almoçar todo domingo na casa da avó ou fazer com que ele acompanhe a família em toda viagem são programas que os adultos podem evitar de impor e assim manter uma boa relação familiar.
A seguir veja situações que se impostas causam conflitos com os adolescentes e fazem o clima em casa desandar.
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Visitar parentes distantes
Costuma ser um drama convencer o filho adolescente a acompanhar os pais em uma viagem para visitar familiares distantes. "Cabe aos adultos avaliarem se realmente é uma situação cuja presença do filho é importante", afirma a psicóloga Gabriela Cosendey, especialista em saúde mental e comportamento pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro. Desde que ele tenha maturidade e um lugar seguro para ficar sozinho, a presença do jovem pode ser dispensada da viagem. "Mas sem queixas e acusações", fala a especialista.
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Almoço de domingo
Algumas famílias têm a tradição de almoçar com parentes todo final de semana, mas, com o passar do tempo, o adolescente quer fazer outros programas. "Aquele almoço na casa da avó todos os domingos, por exemplo, poderá ser combinado: o adolescente tem de comparecer uma vez por mês, e, nos outros domingos, escolhe se vai ou não", diz Maria Luiza Werneck, pedagoga pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro. "Outra opção é a permissão dos pais para que ele chegue mais tarde ou saia mais cedo", afirma a especialista.
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Casa da praia ou do sítio
Os pais precisam começar a se colocar no lugar dos filhos e perceber que esse tipo de viagem precisa ter algum atrativo. "Às vezes, não é interessante para o adolescente ficar no meio do mato, sem internet", afirma Renata Maransaldi, psicóloga do IPq HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas) de São Paulo. A especialista diz que uma boa opção é deixá-lo convidar um amigo ou primo e programar alguns passeios diferentes.
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Festas de adultos
Para a pedagoga da PUC do Rio, é importante sempre avaliar se a presença do adolescente é importante ou não para a família. "É fundamental que os pais ajam com flexibilidade e bom senso, com muito diálogo, paciência e carinho, mas sejam firmes quando for necessário", afirma Maria Luiza. "Afinal, para conquistar maturidade e autonomia na vida adulta, o jovem necessita de limite, regras e capacidade de lidar com a frustração (no caso de fazer algo contra a sua vontade)", declara a especialista.
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Levar até a porta
O adolescente morre de vergonha quando os pais querem deixá-lo na porta de alguma festa ou mesmo do colégio. "Eles querem mostrar independência e acham que não precisam mais ser acompanhados. Os adultos precisam entender que não dá mais para monitorar tudo 100%. Tem de orientar e, aos poucos, ir liberando, sempre em meio a muito diálogo", afirma a psicóloga Renata Maransaldi.
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Fotos e comentários nas redes sociais
Publicar fotos dos filhos adolescentes em redes sociais, marcá-los e comentar são atitudes inocentes que podem gerar incômodo e reclamações. O adolescente pode não gostar de ter publicada aquela foto de quando ele tinha sete anos e janelinha nos dentes --mesmo que a mãe ache a foto linda. Melhor consultá-lo antes de postar esse tipo de conteúdo. "São formas de exposição e eles podem se sentir invadidos e desrespeitados se não forem consultados previamente. É muito importante respeitar a imagem e a individualidade dos filhos", afirma a psicóloga Gabriela Cosendey.
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Ligar a toda hora
É normal que muitos pais fiquem preocupados quando os filhos não estão em casa e, além de ligar a todo instante, também telefonem para os amigos do adolescente. "Os adultos precisam saber onde os filhos estão, mas não de cinco em cinco minutos", afirma a psicóloga Renata Maransaldi. Os jovens também precisam aprender a transmitir segurança para os pais --sentindo-se mais seguros, eles dificilmente ligarão para os amigos. "Mais vale a construção de uma relação de confiança baseada no respeito e no diálogo do que ficar na vigilância excessiva", diz a psicóloga Gabriela Cosendey.
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Velórios
Em uma situação tão delicada, o adolescente não deve ser pressionado para comparecer. "Velório é algo desconfortável para todo mundo. Às vezes, eles não querem ir porque estão abalados emocionalmente. É mesmo difícil lidar e os pais precisam respeitar o momento", afirma a psicóloga Renata Maransaldi.
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