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Se Conselho Fosse Bom

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

'Estou tendo um caso com um parente do meu marido. E agora?'

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Imagem: Unsplash

Colunista de Universa

02/07/2022 04h00

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Sou casada e tenho um amante que também é casado. O detalhe é que somos da mesma família, não parentes e nem nada sanguíneo, só tivemos a infelicidade de namorarmos parentes. Meu marido é maravilhoso, ele me trata super bem, me mima demais, me ama como nunca fui amada por ninguém, temos uma química incrível, na cama vamos super bem. Mesmo assim, não sei o que acontece, mas parece que faltava algo. Nunca tinha feito nada até o momento e nunca tinha traído qualquer um dos meus outros relacionamentos. Até que um dia esse homem que já vinha dando em cima de mim com pequenos olhares e toques resolveu chegar mesmo e eu, na hora meio sem saber o que fazer, resolvi retribuir. Outro detalhe é que ele é mais velho e tem filhos já. Sinceramente eu gosto mesmo é do jeito safado dele que meu marido não tem, da adrenalina de fazer as coisas erradas, mas morro de medo de descobrirem e de magoar meu marido, já que amo muito ele. Fora que, como são duas pessoas na mesma família, se descobrirem vai virar um escândalo, o que eu faço?
- Casos de família

- Cara Casos de família,
Não tem nada mais incompatível nessa vida do que a sua vontade de viver essa aventura cheia de adrenalina com o seu desejo de não magoar o seu marido. Saiba que, se o seu caso for descoberto, a sua relação com o seu marido dificilmente voltará a ser como era - o mais provável é que ele passe a te odiar. Também é provável que o julgamento e a raiva das pessoas da família caiam com muito mais força sobre você do que sobre seu amante, já que você é mulher e mais nova.

O machismo é implacável nessa hora e eu chutaria que você vai acabar como a vilã da história. Dito tudo isso, a decisão é sua. Mesmo que você pare agora de ter um caso com esse "parente", esse episódio vai seguir te assombrando. Pense se você quer ficar com seu marido (porque tudo bem também se você não quiser!) e, se sim, faça escolhas levando em consideração os sentimentos dele - o que pode incluir contar a verdade para ele.

Você é a primeira pessoa para quem conto isso. Meu marido me traiu no último mês da gravidez com uma prostituta e, depois, me contou quando eu estava no puerpério. Nosso bebê tinha só uma semana, quase entrei em depressão pós-parto. A gente brigou, discutiu. Eu estava me recuperando da cesariana e com muitas dores da amamentação, e acabou que na época eu o perdoei. Alguns meses depois, descobri que ele me traiu novamente com outra prostituta. Só que agora não consigo perdoá-lo. Eu me lembro todos os dias da traição. Me dói muito. Ele diz que me ama. Mas não consigo perdoá-lo. Só não me divorciei por causa do bebê pequenininho. Mas, não sei, será que devo me divorciar?
- Mãezinha

- Cara Mãezinha,
Não acredito que todas as traições sejam imperdoáveis. Acho que é importante investigar se uma pulada de cerca é uma coisa que você não consegue superar - ou se você acha que não deve superar por ser algo que a sociedade considera errado.

Agora, o que o seu marido fez tem agravantes: te trair muito grávida e depois com um bebê muito pequeno, bem no meio das fases mais sensíveis e vulneráveis na vida de uma mulher. O fato de isso ter se repetido mesmo depois de ele ver a sua dor também é alarmante.

Entendo que você não consiga perdoá-lo - e nem precisa mesmo. A parte boa é que o puerpério é um período que passa. Não seja muito exigente com você mesma em se obrigar a tomar uma decisão com os hormônios à flor da pele. Tire uns meses para amadurecer a ideia e depois, com o nenê um pouco maior, as escolhas ficarão mais fáceis, eu prometo.

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