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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Situações para refletir sobre responsabilidades e limites no relacionamento

Cuidado ao fazer caras e bocas quando a parceria se expressar - Prostock-Studio/Getty Images/iStockphoto
Cuidado ao fazer caras e bocas quando a parceria se expressar Imagem: Prostock-Studio/Getty Images/iStockphoto

Colunista de Universa

29/03/2022 04h00

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Viver em compromisso não é tarefa das mais fáceis; ao mesmo tempo em que é fundamental conservar certa autonomia, manter amigos e prazeres da vida individual é também importante abrir mão de certas atitudes em prol do equilíbrio do casal e da manutenção de um projeto comum.

Nessa equação é capaz que, muitas vezes, as pessoas confundam responsabilidades e limites e acabem entrando no "campo" que não é seu. A seguir, vamos publicar 4 situações comuns nas quais isso acontece e propor reflexões

4 situações para refletir: o que é seu e o que é do outro?

1. Você não é relógio
Por isso pare de ficar ligando dizendo que horas o outro tem que voltar para casa. A não ser que você de fato precise da pessoa, esqueça isso. Deixe sua parceria organizar o próprio horário e aproveitar seus momentos de lazer, caso esteja tomando uma cerveja com amigos. Mas vai perder a hora amanhã!! Problema de quem?

Guardadas as situações exageradas, acho que não vale a pena ficar cerceando a alegria alheia. O problema não está na hora que o outro volta para casa, mas na confiança que você tem (ou não) na capacidade dele colocar limites. Pense nisso.

2. Ajudar sempre, assumir jamais
Pense em exemplo importantes como, por exemplo, de dar um basta, seja no impulso de beber, fumar, gastar etc. Há muitas pessoas que têm dificuldade de controlar a ansiedade e por isso desandam a todo instante, o que pode provocar muito estrago físico, emocional e financeiro.

Quem é extremamente voraz precisa aprender a identificar os sinais e controlar a impulsividade e se tem alguém que faz essa tarefa por ela, essa pessoa nunca vai aprender.

Ao longo do tempo aquele que faz o papel da censura ("você já bebeu bastante!"; "já gastou muito!") fica sobrecarregado e chato.

O melhor é fazer aquela observação ("Amor, acho que já bebemos o suficiente por hoje") e quando a situação é crítica e recorrente, procurar ajuda profissional! Ajudar sim, pegar para si jamais!

3. Não fazer caras e bocas quando a parceria se expressar
Se você é do tipo que sente vergonha porque o outro fala errado, ou fala alto, ou dança espalhafatosamente e fica fazendo caras e bocas de reprovação, a pergunta é: pode me explicar porque está com essa pessoa?

Não há nada mais irritante que alguém cerceando seus movimentos, diminuindo a sua conduta e corrigindo suas ações. Tudo bem que vez por outra a gente sente aquela "vergonha alheia" e precisa mesmo dar um toque, o que é diferente de reprovação constante.

Enquanto você fica alerta para a conduta do outro, perde a leveza, não aproveita o momento e ainda para de prestar atenção em você e no que está ao seu redor para além do companheiro. Reflita ainda se toda essa reprovação não é, na verdade, inveja da capacidade que o outro tem de ser livre!

4. Não viver dando "lições de moral"
Você acha que já fez terapia o suficiente para entender todos os comportamentos humanos, que tem maturidade, já viveu muitas experiências e, por isso fica explicando, com ares de soberania, todas as causas psicológicas das ações do outro e como você faria tudo diferente, de modo muito mais maduro! Uma chatice só.

São dezenas e dezenas de minutos onde a parceria é mera espectadora do seu brilhantismo, de todas as citações que você faz, de autores famosos a versículos da Bíblia.

Assine um atestado de "sabe-tudo" e veja o seu relacionamento afundar em um futuro próximo.

Tradutor: confundam responsabilidades e limites e

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL