Mesmo um pouco de cafeína pode prejudicar feto, aponta estudo
A nova descoberta, publicada no "British Medical Journal (BMJ)", também associou qualquer fonte de cafeína, incluindo chá, coca-cola, chocolate e algumas drogas de prescrição médica à lentidão no desenvolvimento fetal.
A pesquisa é a mais recente evidência indicando que a quantidade de cafeína consumida por uma pessoa pode impactar diretamente na saúde do indivíduo, especialmente no caso de mulheres grávidas.
Em janeiro, pesquisadores norte-americanos descobriram que mulheres grávidas que bebem duas ou mais xícaras de café por dia têm duas vezes mais chances de ter um aborto do que aquelas que evitam a substância.
Bebês nascidos abaixo do peso são mais suscetíveis a desenvolver uma série de doenças quando envelhecem, incluindo pressão alta, diabetes e problemas cardíacos.
Mulheres que bebem de uma a duas xícaras de café diariamente, ou entre 100 e 199 miligramas, têm um risco 20 por cento maior de dar à luz uma criança abaixo do peso médio, de acordo com o estudo.
"O consumo de cafeína durante a gestação foi associado com o aumento do risco de limitação do crescimento fetal", disse Justin Konje, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
"Uma recomendação sensata seria reduzir o consumo de cafeína antes da concepção e durante a gravidez", completou.
Konje e seu time --que inclui pesquisadores da Universidade de Leeds-- consultaram 2.645 mulheres na média dos 30 anos de idade que estavam entre 8 e 12 semanas de gestação.
O grupo de mulheres relatou um consumo médio de cafeína de 159 miligramas por dia durante a gravidez, abaixo do novo limite recomendado de 200 miligramas na Grã-Bretanha.
A probabilidade de ter um bebê abaixo do peso subiu para 50 por cento no caso de mulheres que consomem entre 200 e 299 miligramas por dia, o equivalente a duas ou três xícaras de café.
O impacto prejudicial foi quase o mesmo em relação ao consumo de álcool.
Mesmo pequenas quantidades podem ser nocivas à saúde, mas Konje declarou em uma entrevista telefônica que o melhor conselho era restringir o consumo de cafeína abaixo de 100 miligramas por dia.
"Nós não podemos dizer que existe um limite mínimo que não provoca efeitos", explicou ele. "Meu conselho é, se possível, reduzir o consumo de cafeína ao máximo. Você tem que ser realista, não dá para pedir às pessoas que parem de consumir cafeína".