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Luz intensa de buraco negro da Via Láctea gera dúvidas entre astrônomos

14/08/2019 17h53

Los Angeles, 14 ago (EFE).- Uma repentina luminosidade apresentada pelo buraco negro da nossa galáxia deixou os astrônomos deslumbrados e sem uma explicação clara a respeito do fenômeno.

O buraco negro conhecido como Sagittarius A, situado no centro da Via Láctea a uma distância de 26 mil anos-luz da Terra, apresentou nas observações feitas em abril e maio "um facho de luminosidade" com uma intensidade nunca antes vista.

Segundo Tuan Do, membro do grupo de pesquisa Centro Galático da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) em declaração enviada à Agência Efe, existe uma possível razão para a luminosidade, embora não responda a todas as perguntas.

"As variações do brilho provêm da luz de gás quente caindo através do buraco negro antes de atravessar o seu horizonte", analisou o especialista.

Para o astrônomo, é claro que "o buraco negro por si só não emite luz", por isso o aumento da luminosidade observado "possivelmente está relacionado com mudanças no fluxo de gases". No entanto, para Do ainda restam dúvidas, como a razão desta mudança e por quanto tempo continuará ou será visível.

Os astrônomos realizaram a observação do buraco negro da Via Láctea utilizando um potente telescópio do observatório W.M. Keck da UCLA, instalado no Havaí.

Em maio, durante uma das observações, foram registradas durante duas horas e meia as luzes brilhantes no buraco negro consideradas "as mais brilhantes" já vistas por Do "na gama de raios infravermelhos".

Os resultados dessa observação foram aceitos para serem publicados na revista científica "Astrophysical Journal Letters".

"Utilizando o modelo estatístico mais divulgado, a probabilidade de uma só noite mostrando o pico de níveis de fluxo observado neste ano - dadas as observações históricas de Keck - é menor que 0,3%", reportou o relatório.

O especialista também afirmou que a possibilidade de ver essas luzes durante as quatro noites em que foram observadas é de 0,05%, por isso as considera um "fenômeno sem precedentes". EFE