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Especialistas em segurança cibernética dos EUA veem salto na espionagem digital chinesa

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Christopher Bing e Raphael Satter

25/03/2020 16h00

Uma empresa de cibersegurança dos EUA disse hoje que detectou um aumento no número de casos de espionagem online por um grupo chinês suspeito no final de janeiro, quando o coronavírus estava começando a se espalhar para fora da China.

A FireEye disse em um relatório que havia detectado um aumento na atividade de um grupo de hackers que se denomina "APT41", que começou em 20 de janeiro e teve como alvo mais de 75 de seus clientes, de fabricantes e empresas de mídia a organizações de saúde e sem fins lucrativos.

Existem "várias explicações possíveis" para o aumento da atividade, disse o arquiteto de segurança da FireEye, Christopher Glyer, apontando para tensões entre Washington e Pequim sobre comércio e confrontos mais recentes sobre o surto de coronavírus, que matou mais de 17 mil pessoas desde o final do ano passado.

O relatório afirma que "foi uma das campanhas mais amplas de um agente chinês de espionagem cibernética que vimos nos últimos anos".

A FireEye se recusou a identificar os clientes afetados. O Ministério das Relações Exteriores da China não abordou diretamente as alegações da FireEye, mas afirmou em comunicado que a China foi "vítima de crimes cibernéticos e ataques cibernéticos". O escritório do diretor de inteligência nacional dos EUA não quis comentar.

Atribuir séries de ataques cibernéticos a qualquer país específico é muitas vezes incerto, mas a FireEye disse que tinha avaliado "com confiança moderada" que o APT41 foi composto por empresas contratadas pelo governo chinês.

O chefe de análise da FireEye, John Hultquist, disse que o aumento foi surpreendente porque a atividade de hackers atribuída à China geralmente se tornou mais focada.

"Essa ação ampla é um desvio dessa norma", afirmou.

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