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Crime com criptomoedas acelera e perdas somam US$4,4 bi até fim de setembro, diz pesquisa

Estúdio Rebimboca/UOL
Imagem: Estúdio Rebimboca/UOL

Gertrude Chavez-Dreyfuss

Nova York (EUA)

27/11/2019 17h05

O roubo de critptomoedas disparou em 2019, segundo dados da empresa de análise forense de blockchain CipherTrace obtidos pela Reuters.

As perdas geradas por crimes envolvendo moedas digitais somaram US$ 4,4 bilhões nos primeiros nove meses do ano, mais de 150% a mais do que os US$ 1,7 bilhão de todo o ano de 2018.

"O crescimento mostra como os criminosos estão se adaptando para conseguirem ganhos cada vez maiores" disse Dave Jevans, presidente-executivo da CipherTrace, à Reuters.

"Criminosos buscam dinheiro e o dinheiro está bem aqui para ser pego. Pequenos ataques são derrotados facilmente com frequência, mas os ataques dirigidos são muito mais lucrativos", acrescentou.

Dois grandes roubos foram os principais responsáveis pelo crescimento das perdas neste ano, afirmou a CipherTrace.

Um deles roubou US$ 2,9 bilhões por meio de um suposto esquema de pirâmide envolvendo a carteira digital e corretora PlusToken.

O segundo ataque mais significativo do ano envolveu roubo de US$ 195 milhões de clientes da corretora canadense de criptomoedas QuadrigaCX.

"Mesmo sem considerar estas duas fraudes, ainda estamos vendo muitos crimes envolvendo muitos milhões de dólares", disse Jevansd. "Há um aumento consistente na atividade criminosa ano a ano e não esperamos que isso mude da noite para o dia".

Ele afirmou que crimes avaliados em menos de US$ 5 milhões frequentemente não são reportados. Segundo a CipherTrace, o setor registrou US$ 15,5 milhões em roubos no terceiro trimestre, menor nível dos últimos dois anos.

Jevans afirmou que embora a indústria tenha visto queda no número de ataques reportados, criminosos ainda estão levando grandes somas de dinheiro.

A CipherTrace afirmou que 65% das 120 corretoras de criptomoedas do mundo têm um fraco conjunto de exigências para conhecimento dos clientes