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TikTok diz ser seguro e promete investir US$ 1,5 bi para proteger usuários

Getty Images
Imagem: Getty Images

Simone Machado

Colaboração para Tilt*, em São José do Rio Preto (SP)

22/03/2023 12h38Atualizada em 22/03/2023 18h49

O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, está com o discurso pronto para defender a plataforma nesta quinta-feira (23) no congresso dos Estados Unidos. O país analisa um um possível bloqueio da rede de vídeos por questões de segurança nacional.

O executivo falará no Comitê de Comércio e Energia da Câmara a partir das 11h (horário de Brasília). De acordo com o discurso, divulgado no site da Câmara dos Deputados, Chew ressaltará que a rede de vídeos é segura para todos, incluindo a relação de uso por adolescentes e o impacto na saúde mental deles.

Entre os argumentos de esclarecimentos está a promessa de investir US$ 1,5 bilhões para proteger usuários.

O que está rolando?

O TikTok é de origem chinesa e pertence a empresa ByteDance. Os críticos argumentam há risco de que dados de usuários dos EUA sejam repassados ao governo da China — a companhia nega que isso aconteça.

Quatro projetos de lei já foram propostos no Congresso para limitar o uso aplicativo nos EUA. O governo do presidente Joe Biden diz que o TikTok precisa ser separado da sua controladora ByteDance, ou enfrentará restrições.

Para legisladores críticos, além da privacidade, o temor é de que a ByteDance funcione em conformidade a uma lei vigente que obriga as empresas chinesas a compartilhar informações com agências governamentais locais em caso de interesse de segurança nacional.

A empresa mãe do TikTok, ByteDance, foi fundada por chineses, mas evoluiu para uma empresa global desde a sua fundação. Sob essa estrutura, não há como o governo chinês acessar seus dados ou obrigar o acesso a ele Shou Zi Chew, em seu discurso

O executivo, que assumiu o comando da plataforma há apenas dois anos, vai reiterar que nunca compartilharia informações que pudessem ser exigidas pelo Partido Comunista, argumentando que ela não tem influência sobre a subsidiária da ByteDance nos EUA e em Cingapura.

Por conta disso, a plataforma deveria continuar operando nos EUA, segundo o TikTok.

"Deixe-me afirmar isso de forma inequívoca: a ByteDance não é um agente da China ou de qualquer outro país", acrescenta o testemunho.

O investimento de US$ 1,5 bilhão previsto envolve:

  • Armazenamento de dados gerados dos EUA em servidores domésticos de propriedade da Oracle Corp.
  • Permitir a auditoria do algoritmo de recomendação do TikTok.
  • Instalar um conselho independente de três pessoas para operações confidenciais nos EUA.

"Ouvimos preocupações importantes sobre o potencial de acesso estrangeiro indesejado aos dados dos EUA e a possível manipulação do ecossistema TikTok dos EUA. E nossa abordagem nunca foi descartar ou banalizar essas preocupações - foi abordá-las com ação real. O resultado é o seguinte: dados americanos armazenados em solo americano, por uma empresa americana, supervisionados por pessoal americano", destaca o documento.

Entre medidas já usadas para proteger informações do usuário e que a concorrência não tem estão, diz a empresa, estão:

  • Impedir que usuários menores de 16 anos enviem mensagens diretas
  • Limite automático de rolagem de uma hora para menores de 18 anos

Pedido aos usuários do app

Ontem (21), Chew foi ao TikTok pedir aos usuários que deixassem comentários em sua postagem, listando todos os motivos pelos quais amam o aplicativo e o que diriam aos representantes dos EUA.

A postagem recebeu mais de 65 mil interações, a maioria apoiando a plataforma.

@tiktok

Our CEO, Shou Chew, shares a special message on behalf of the entire TikTok team to thank our community of 150 million Americans ahead of his congressional hearing later this week.

? original sound - TikTok

*Com informações Bloomberg