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Por que executivos de big techs limitam uso de tecnologias por seus filhos

Mladen Zivkovic/iStock
Imagem: Mladen Zivkovic/iStock

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt*, de São Paulo

31/12/2022 11h05

Steve Jobs, cofundador da Apple, tinha limites rígidos quando o assunto era o tempo de uso de tecnologias por seus filhos. O atual presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, e outros líderes de big techs seguem a mesma linha.

E a prática não surpreende — por mais que eles tenham ligações com grandes empresas de tecnologia. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), crianças menores de 5 anos não devem passar mais de uma hora na frente das telas todos os dias. O excesso pode levar à inatividade física e prejudicar o desenvolvimento cognitivo.

Steve Jobs: jantar sem iPhones e iPads

Em uma entrevista ao New York Times, em 2014, Walter Isaacson, autor da biografia "Steve Jobs", contou que a casa do gigante da Apple era livre de tecnologia.

Os jantares em família, segundo Isaacson, eram especiais uma vez que se tornava um espaço para discussões de diversos temas, além de estimular a conexão dele com seus filhos.

"Limitamos a quantidade de tecnologia que nossos filhos usam em casa", disse Jobs, segundo o autor.

Isaacson também destacou que ninguém nunca pegou um iPad ou computador. "As crianças não pareciam viciadas em dispositivos."

Sundar Pichai: TV restrita

Em entrevista, também ao New York Times, em 2018, Sundar Pichai comentou que limitava propositalmente o tempo de tela de toda a sua família e o acesso a única TV que existia.

"Quando chego em casa na sexta-feira à noite, realmente quero deixar meus dispositivos de lado por alguns dias", afirmou ao jornal.

Seu filho de 11 anos, na época, não tinha telefone ainda.

Susan Wojcicki: gosta de equilíbrio

Susan Wojcick, CEO do YouTube, contou ao The Guardian em 2019 que era importante que seus cinco filhos aprendessem a gerenciar a tecnologia com responsabilidade e que criassem seus próprios métodos de autocontrole.

Contudo, existia momentos em que era preciso intervir e impor limites.

Wojcick disse que às vezes tirava os telefones de todos os filhos, principalmente quando estavam em férias com a família, porque desejava a interação entre as pessoas.

O seu marido, Dennis Troper, também trabalhava no Google (dono do YouTube).

Evan Spiegel: limites de horas por semana

O cofundador e CEO do Snapchat afirmou, em entrevista ao Financial Times, que deseja que seu filho tenha os mesmos benefícios que ele teve longe das telas quando criança, como a leitura, construção de coisas e pensar por si mesmo.

Spiegel não quer cortá-la completamente da tecnologia, mas acha que "a conversa mais interessante é realmente sobre a qualidade do tempo na tela", disse ao veículo.

Ele e a mãe da criança, a modelo e empresária Miranda Kerr, limita o tempo de tela a 1,5 horas por semana.

Alexis Ohanian: limites enquanto a filha cresce

Alex Ohanian afirmou a CNBC em 2018 que ele e sua esposa Serena Williams, pretendiam ensinar limites para a tecnologia conforme a filha de 2 anos crescesse.

Eles desejam que ela tenha tempo para estar com seus pensamentos e com seus brinquedos, equilibrando com o uso de telas.

Mark Cuban: desliga tudo quando limite estoura

Mark Cuban, investidor e estrela do programa Shark Tank, havia criado um sistema de recompensas para que seus filhos pudessem aumentar o tempo de tela. Dessa forma, para cada hora de leitura, as crianças ganhariam duas horas de Netflix, por exemplo.

No entanto, quando seus filhos descobriram formas de burlar o sistema, como pegando emprestado a senha da Netflix dos amigos, Cuban instalou roteadores especiais que permitiam que ele monitorasse os acessos de aplicativos.

Quando o limite chegava, ele desligava tudo.