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6 fatos curiosos sobre óvnis e a existência (ou não) de aliens em 2022

Cena do série "Mistérios sem Solução", da Netflix - Reprodução
Cena do série 'Mistérios sem Solução', da Netflix Imagem: Reprodução

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

27/12/2022 04h00

Estamos sozinhos no universo? Esta é uma das mais intrigantes perguntas da humanidade. A busca por vida fora da Terra está na ciência, na astronomia e na cultura popular.

A cada novo avistamento de óvnis (objetos voadores não identificados) ou descoberta de planetas distantes, surgem especulações.

Veja 6 vezes que isso aconteceu em 2022 e o que os especialistas estão fazendo para tentar explicar se alienígenas existem ou não.

1 - Óvnis no Brasil

Os céus do Sul do Brasil atraíram os olhares de astrônomos, ufólogos, aeronautas e leigos em outubro, com a ocorrência de diversos fenômenos luminosos não identificados. Foram ao menos oito dias de avistamentos, estranhos e muito brilhantes, relatados por pilotos de aviões.

As luzes misteriosas podem ser chamadas de óvnis (objetos voadores não identificados) — isso não significa necessariamente que sejam fenômenos de outro planeta, apenas que ainda não há confirmação do que se tratam. Algumas demonstraram comportamento errático, percorrendo longas distâncias e mudando de cor.

Não há explicações oficiais de órgãos do governo. Há pesquisadores que afirmam que a maior parte das luzes avistadas seja resultado da movimentação de Starlinks — pequenos satélites de comunicação da empresa SpaceX, lançados em lotes, que podem refletir a luz solar. Outros profissionais são mais cautelosos, dizem que isso não explica todas as ocorrências e que é preciso um estudo detalhado.

2 - Planetas "potencialmente habitáveis"

Em novembro, o Telescópio Espacial James Webb observou detalhadamente a atmosfera do exoplaneta WASP-39 b, construindo seu perfil químico e molecular. Um avanço na busca por vida em outros planetas, que agora está sendo usado para estudar o sistema TRAPPIST-1, que se parece muito com nosso Sistema Solar.

São sete planetas rochosos, orbitando uma estrela fria, em uma zona habitável (ou seja, com temperatura capaz de permitir a existência de água líquida e de suportar vida como conhecemos). Eles podem ser bem semelhantes a Terra, ou ter condições inóspitas — é o que queremos descobrir com o James Webb.

Enquanto o telescópio estuda a atmosfera de cada um dos exoplanetas de TRAPPIST-1, frequentemente descritos como os mundos mais "potencialmente habitáveis" já descobertos, ele procura por moléculas que possam ter sido produzidas por vida.

Recentemente, pesquisadores espanhóis também encontraram outros dois planetas, em um sistema vizinho, com grandes chances de serem habitáveis. GJ 1002b e o GJ 1002c estão a apenas 16 anos-luz da Terra — "pertinho", em termos astronômicos.

3 - Sinal de civilização extraterrestre

Em junho, a possibilidade de o radiotelescópio FAST, na China, ter detectado o sinal de uma civilização alienígena causou comoção.

Ele detectou três sinais de rádio de banda estreita, que pareciam vir do espaço, entre 2019 e 2022. Isso foi inicialmente empolgante, pois fontes naturais não produzem este tipo de sinal. A equipe os descreveu como "vários casos de possíveis vestígios tecnológicos e civilizações de fora da Terra".

No entanto, logo foi encontrada uma explicação. Dan Werthimer, especialista do SETI na Universidade de Berkeley, Califórnia, disse que os sinais eram resultados de interferência humana, não de vida alienígena.

"São muito fracos, mas os receptores criogênicos nos telescópios são supersensíveis e podem captar sinais de telefones celulares, televisão, radar e satélites — e há cada vez mais satélites no céu todos os dias", disse.

4 - Artefatos alienígenas

Considerando que o Sistema Solar tem cerca de 4,5 bilhões de anos e a humanidade existe há uma pequena fração desse tempo, é possível que outras civilizações já tenham visitado a Terra.

Em outubro, cientistas sugeriram que tais formas de vida extraterrestres poderiam ter deixado sinais de suas visitas espalhados por aí. Os artefatos mais óbvio seriam espaçonaves, sondas e detritos na superfície de planetas ou luas — semelhantes aos restos tecnológicos que a humanidade está espalhando na órbita da Terra, na Lua, em Marte e até mais longe.

Estes aparelhos podem estar mortos há muito tempo ou ainda em operação.

5 - Aumento de óvnis nos EUA

Após um aumento nos avistamentos de UAPs (fenômenos aéreos não identificados) durante 2022, os Estados Unidos criaram um gabinete, em julho, para rastrear e tentar explicar estes casos, descritos em relatórios das forças armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).

Eles investigam objetos e luzes vistos no céu e até debaixo d'água. UAP é a nova nomenclatura do Pentágono para óvnis, mais abrangente: "qualquer coisa no espaço, no ar, na terra, ou até mesmo, no fundo do mar, que não consiga ser identificada e que possa representar uma ameaça às instalações ou operações militares do país".

"Várias centenas" de novos relatórios de avistamentos estão sendo analisados pelo gabinete.

6 - Estudo da Nasa

A Nasa que também vai realizar seus próprios estudos científicos sobre UAPs, para caracterizar os dados disponíveis, definir a maneira ideal de coletar observações futuras, e determinar se essas informações podem ser usadas para avançar na compreensão de objetos misteriosos no céu.

"Entender os dados que temos sobre fenômenos aéreos não identificados é fundamental para nos ajudar a tirar conclusões científicas sobre o que está acontecendo em nossos céus. Dados são a linguagem dos cientistas e tornam o inexplicável explicável", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado do Science Mission Directorate da Nasa.

O objetivo é avançar no entendimento destes fenômenos aéreos misteriosos e garantir a segurança aeroespacial — uma das atribuições da agência norte-americana. De acordo com a Nasa, relatórios serão divulgados publicamente — diferente da abordagem sigilosa do Pentágono.


Com informações Space.com