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É seguro tomar banho durante uma tempestade? Órgão dos EUA diz que não

A maior incidência de raios no Brasil acontece na área rural, com 26% das fatalidades - Max LaRochelle/Unsplash
A maior incidência de raios no Brasil acontece na área rural, com 26% das fatalidades Imagem: Max LaRochelle/Unsplash

Barbara Mannara

Colaboração para Tilt, do Rio de Janeiro

03/10/2022 04h00

Seus avós tinham razão: tomar banho durante uma tempestade pode colocar sua vida em risco. Quem reforça o alerta é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que emitiu um alerta público recomendando que as pessoas fiquem o mais longe possível de água corrente durante chuvas com relâmpagos.

O conselho vale também para o uso de banheiras ou até mesmo na hora de lavar as mãos ou louças.

A preocupação do CDC é que uma descarga elétrica potente pode ser conduzida pelo encanamento público até chegar ao interior da casa. Os riscos são menores em tubos plásticos do que em canos de metal. Mas, na dúvida, o órgão aconselha evitar as torneiras e chuveiros em geral, sob risco de queimaduras, mutilação ou até morte.

Como se proteger de relâmpagos em casa

A maioria das eletrocuções durante tempestades acontece em ambientes abertos (a incidência direta do relâmpago é a mais fatal). Segundo o CDC, você também pode sofrer lesões ao tocar acidentalmente uma superfície metálica (como um carro) atingida por um raio.

O ar aquecido por um relâmpago pode chegar a uma temperatura até 5 vezes mais quente que a superfície do sol, afirma o Serviço Nacional de Meteorologia. Para evitar problemas, o CDC apresentou alguns conselhos.

Primeiro, ficar longe de varandas e não se aproximar de janelas ou portas. Também é bom evitar deitar em pisos de concreto ou se encostar em paredes deste mesmo material.

Segundo, uma dica óbvia: não use nada conectado a uma tomada elétrica. E isso vale para computadores ou qualquer outro equipamento eletrônico.

Terceiro, nada de telefones com fio (aqueles conhecidos como linhas fixas). Celulares e aparelhos sem fio estão liberados — mas jamais conectados a um carregador na tomada.

Como se proteger de relâmpagos fora de casa

Não deite no chão em hipótese alguma. Isso porque o relâmpago gera correntes elétricas que se espalham pelo solo a uma distância de mais de 30 metros de onde ele caiu.

Entre em um local seguro. E nada de se esconder da chuva embaixo de uma árvore alta. Ela pode funcionar como um para-raios.

Em último recurso de emergência, caso não haja nenhum abrigo coberto disponível (no meio de uma trilha, por exemplo), agache-se em posição de bola, junte os pés, abaixe a cabeça e cubra os ouvidos.

Vale lembrar que o Brasil é o país mais atingido por raios no mundo, conforme os dados do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A média nacional fica em mais de 70 milhões de raios todos os anos. E o número de óbitos também é alto: a cada 50 mortes desse tipo no mundo, uma delas acontece no Brasil.

A maior incidência acontece na área rural, com 26% das fatalidades. Mas logo em segundo lugar, com 21%, as vítimas estavam em casa. Seja ao telefone, próximas de tomadas, com aparelhos conectados ou até encostadas em portas ou janelas.