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Luz azul do celular faz seu rosto envelhecer mais rápido, revela estudo

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Imagem: iStock

Felipe Mendes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

01/09/2022 12h41

Você passa muito tempo no celular? Saiba que a exposição excessiva à luz do aparelho pode fazer com que você envelheça mais rápido, segundo estudo do Departamento de Biologia Integrativa da Oregon State University — TVs e notebooks também entram na lista de dispositivos com risco.

Os cientistas fizeram um experimento utilizando moscas, que foram expostas a quantidades excessivas de luz. Os níveis metabólitos de suas células mudaram no processo, resultando na morte prematura dessas células.

De acordo com os pesquisadores, os metabólitos celulares das moscas têm as mesmas funções nos seres humanos — e o processo de envelhecimento é o resultado da morte das células.

"Há preocupações crescentes de que a exposição prolongada à luz artificial, especialmente à luz LED enriquecida com azul, possa ser prejudicial à saúde humana. Embora os efeitos completos da exposição à luz azul ao longo da vida ainda não sejam conhecidos em humanos, o envelhecimento acelerado observado em organismos modelo de vida curta deve nos alertar para o potencial de dano celular", afirmou a Dra. Jadwiga Giebultowicz, cientista que estuda relógios biológicos e liderou a pesquisa, à KTVZ.

Como o estudo foi feito?

Os cientistas observaram a taxa de sobrevivência de moscas mantidas na escuridão e depois em um ambiente de luz azul constante. Para entender os efeitos, a mudança dos insetos foi realizada em idades progressivamente avançadas — as transições de escuridão para luz ocorreram aos dois, 20, 40 e 60 dias.

Segundo os cientistas, o estudo envolveu o efeito da luz azul nas mitocôndrias das células das moscas. As mitocôndrias atuam como usina de energia de uma célula, gerando trifosfato de adenosina, ou ATP, uma fonte de energia química.

"O novo aspecto deste estudo está mostrando que a exposição crônica à luz azul pode prejudicar as vias de produção de energia, mesmo em células que não são especializadas em detectar luz", disse Giebultowicz.

"Determinamos que reações específicas nas mitocôndrias foram drasticamente reduzidas pela luz azul, enquanto outras reações foram diminuídas pela idade independentemente da luz azul. Você pode pensar nisso como a exposição à luz azul adicionando insulto à lesão em moscas envelhecidas", completou.

Apesar dos resultados, é preciso observar que há uma diferença entre a quantidade de luz azul à qual as moscas foram expostas e os níveis bem mais baixos que costumamos receber dos aparelhos celulares.

Ainda assim, Giebultowicz aconselha: "Nosso estudo sugere que evitar a exposição excessiva à luz azul pode ser uma boa estratégia antienvelhecimento", disse ao site da revista Fast Company.