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Um dia o planeta Terra vai acabar?

NASA
Imagem: NASA

Colaboração para Tilt, em São Paulo

04/04/2022 04h00

"Se" e "quando" a Terra vai acabar são duas perguntas que há muitos anos a ciência tenta responder. A verdade é que talvez nosso planeta não acabe, mas a maioria dos cientistas acredita que a vida que há nele, inevitavelmente, vai ter um fim. Só não sabemos como e quando isso acontecerá.

Pode parecer uma previsão bastante pessimista, mas a extinção da vida na Terra já aconteceu outras vezes ao longo dos mais de 5 bilhões de anos do planeta. Há 65 milhões de anos, por exemplo, os dinossauros foram extintos após o impacto de um meteoro.

A chance de uma extinção em massa acontecer novamente (e várias vezes) é grande. Listamos abaixo algumas das teorias mais prováveis.

Fim do Sol, fim da Terra

Caso não haja nenhuma interferência da ação humana ou da natureza (como enormes vulcões, meteoros ou tsuamis), a extinção do Sol é a causa mais provável para fim do nosso planeta.

Inevitavelmente, nossa grande estrela passará por uma evolução natural, comum a todas as estrelas. Primeiro ela vai aumentar de tamanho e ficar ainda mais quente. Depois, se tornará mais fria e mais vermelha. Engolirá Mercúrio, Vênus, Terra e chegará nas proximidades de Marte.

Em seguida, seu material inflado será abandonado no espaço e restará um núcleo denso, que não mais produzirá luz e calor.

"A Terra não será destruída, mas será uma pedra sem qualquer vida, orbitando o núcleo deixado por uma estrela que cumpriu toda sua evolução", explica Leandro Guedes, astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.

A previsão é que esse processo comece daqui a cerca de 4,5 bilhões de anos. Mas, antes mesmo desse estágio, as modificações estruturais no processo de evolução do Sol tornarão a vida na Terra impossível.

Com o Sol cada vez maior e mais brilhante, o calor poderá derreter todo o gelo do planeta e secar as águas dos oceanos. É mais difícil fornecer um tempo para isso, mas as previsões mais pessimistas falam em torno de 500 mil anos.

Meteoro certeiro

Outro apocalipse que povoa o imaginário popular é o impacto de um asteroide. Segundo Guedes, "nenhum asteroide poderia de fato destruir a Terra, mas, novamente, poderia causar uma extinção em massa, como aconteceu com os dinossauros".

Hoje, os astrônomos estimam que cerca de 1,1 mil asteróides com mais de 1 km de diâmetro costumam passar próximos da Terra com certa frequência. Todos podem ser potenciais causadores de uma catástrofe. A boa notícia é que agora temos algo que os dinossauros não tinham.

"Hoje, conseguimos monitorar diversos objetos grandes que podem representar algum perigo. São os chamados Objetos Próximos da Terra (ou NEOs, do inglês Near Earth Objetcs). Se algum desses objetos for observado em rota de colisão, essa observação será feita com décadas de antecedência. E nós já temos tecnologia para desviá-lo de sua trajetória", explica Guedes.

Calor artificial, frio natural

Outras teorias mostram que tanto o próprio planeta quanto os humanos podem ser os verdadeiros responsáveis pelo fim da vida.

É o caso do aquecimento global. A atmosfera funciona como um escudo que mantém o planeta aquecido e protege a Terra dos raios do sol. Com a destruição das florestas e a emissão de resíduos dos combustíveis fósseis, a temperatura está aumentando além do previsto. O resultado é o que já conhecemos: derretimento das geleiras, aumento rápido da temperatura e prováveis inundações.

Por outro lado, corremos o risco de morrer de frio. A Terra já teve vários períodos "gelados", as glaciações, que duraram cerca de 100 mil anos. Atualmente, nós vivemos num período entre esses fenômenos, que é chamado de "interglacial".

Isso sem citar possíveis tsunamis, super-vulcões adormecidos que podem entrar em erupção, super-vírus devastando populações inteiras e até mesmo guerras nucleares - uma medo reavivado pelo recente conflito entre Rússia e Ucrânia.