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Dia do Consumidor é a nova Black Friday? O que esperar das ofertas de hoje

Dia do Consumidor pretende ser uma data educativa para quem compra - Mikhail Nilov/ Pexels
Dia do Consumidor pretende ser uma data educativa para quem compra Imagem: Mikhail Nilov/ Pexels

Felipe Mendes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

15/03/2022 04h00

O Dia do Consumidor acontece nesta terça-feira (15), e as empresas prometem promoções e descontos que vão até 80% ao longo de hoje. A data tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, mas já pode ser considerada uma Black Friday do primeiro semestre? Em termos de popularidade, não.

O evento ainda não tem a mesma força da Black Friday, que acontece na última sexta-feira de novembro e inaugura a temporada de compras de Natal, mas o Dia do Consumidor faz parte de uma semana toda direcionada às promoções e isso tem animado as companhias a melhorar os descontos para elevar as vendas.

Neste ano, as promoções devem durar até dia 20.

Se depender do movimento registrado no ano passado, os lojistas tem motivos para investir na data. Entre os dias 2 e 15 de março de 2021, o comércio eletrônico brasileiro registrou um faturamento de R$ 6,3 bilhões, alta de 85% em relação a 2020. Considerando apenas o dia 15 de março, foram R$ 592 milhões em vendas, de acordo com o E-Commerce Brasil.

A Black Friday do ano passado registrou R$ 4,3 bilhões em vendas, apenas na sexta-feira —promoções até acontecem dias antes, mas a maior parte das compras ocorre no dia.

Ou seja, os números mostram que, para o comércio eletrônico, a Semana do Consumidor é uma data de impacto. Até por que ela ocorre em um período com poucas celebrações capazes de movimentar o comércio —a Páscoa é mais voltada ao chocolate e o Dia das Mães ainda está longe.

Que tipo de oferta?

No geral, as categorias que mais registraram pedidos durante a Semana do Consumidor de 2021 foram, segundo o E-Commerce Brasil:

  • moda e acessórios, com 21% de representatividade
  • eletrônicos e informática (18%)
  • beleza (14%)
  • casa e construção (12%)

Para este ano, Americanas e Amazon, por exemplo, afirmaram a Tilt que intensificaram as campanhas de ofertas.

A Americanas deve oferecer produtos com até 80% de desconto, no app, no site ou nas lojas físicas espalhadas pelo Brasil, disse Aline Oliveira, chefe de marketing da empresa.

A Amazon fala 60% menos em milhares de itens desde o dia 7 de março até hoje, numa tentativa de "surpreender ainda mais nossos clientes este ano".

As categorias com maiores descontos são: computadores e informática, livros, cozinha, moda, bebês, brinquedos e itens de cuidados pessoais, com destaque para os eletrodomésticos, como fritadeiras sem óleo (as populares air fryers), cafeteiras, mixers e liquidificadores.

Já varejistas como as Casas Bahia têm propagandeado que os preços serão mais atrativos do que na Black Friday passada.

Mas vale mesmo?

Na prática, o levantamento da E-Commerce Brasil mostrou que no passado a categoria bebês foi a que mais teve queda de preços, com produtos até 17,5% mais baratos ante 2020. Entre os dias 2 e 15 de março, os valores médios desses itens caíram 19,9%.

Outra categoria que se destacou foi a de cuidados diários, que registrou produtos, em média, 12,9% mais baratos, na comparação com o ano anterior.

Como surgiu?

Esta é mais uma data que importamos do comércio norte-americano. O Dia do Consumidor surgiu após um discurso do então presidente John Kennedy, no Congresso dos Estados Unidos, no qual ele defendia a proteção do consumidor. A data foi crescendo e virou o Dia Mundial do Consumidor pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1985.

No Brasil, ganhou força a partir da criação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990. Desde então, além de ser uma data educativa sobre direitos, também é um momento de ofertas.

Só lembre-se de tomar cuidados com falsas ofertas. Assim como na Black Friday, antes de pagar não esqueça de seguir estas dicas.