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Como os EUA pretendem turbinar aviões para enfrentar a tecnologia da China

Avião AC-130 da frota aérea dos EUA - Reprodução/US Air Force/Bussiness Insider
Avião AC-130 da frota aérea dos EUA Imagem: Reprodução/US Air Force/Bussiness Insider

Felipe Mendes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

25/11/2021 18h00

O Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos (SOCOM, na sigla em inglês), ligado às Forças Armadas do país, estuda formas para deixar seus aviões de combate mais poderosos e em pé de "competitividade" em relação a países como China e Rússia em um suposto conflito entre as nações.

Segundo reportagem do site Insider, a ideia é melhorar a capacidade de desempenho de aeronaves como o AC-130 e o avião de transporte MC-130. As aeronaves, que já são das mais potentes do arsenal norte-americano, trouxeram vantagens decisivas durante as guerras do Afeganistão, Iraque e Síria.

Contudo, elas poderiam se tornar irrelevantes e incapazes de cumprir missões frente a defesa aérea russa e chinesa. Por conta disso, o órgão dos EUA quer equipar o AC-130 com mísseis de cruzeiro e transformar o MC-130 em um hidroavião, o que já seria suficiente para, ao menos, manter os aviões com poder suficiente para permanecerem "na luta".

Como seriam as atualizações?

O Comando de Operações Especiais quer desenvolver uma arma guiada de precisão para o AC-130, uma aeronave de combate conhecido por ser ideal para suporte aéreo aproximado. Atualmente, ele tem a capacidade de permanecer sobre os alvos por um longo período, o que lhe dá um incrível poder de fogo.

Ao mesmo tempo, por ter de se manter próximo ao inimigo, o AC-130 acaba se tornando um alvo fácil. Com a futura arma desejada pela SOCOM, o avião passaria a ter a opção de realizar disparos a longas distâncias, o que permitiria atingir alvos enquanto está fora do alcance do inimigo.

Ainda de acordo com o Insider, o comando estaria procurando um míssil de cruzeiro com um alcance de pelo menos 370 km e até 740 km, com uma ogiva de pelo menos 5,8 kg, mas com potencial para até 16,7 kg. Esses mísseis também voariam em baixas altitudes, o que deixaria mais difícil sua detecção.

Avião MC-130 da Força Áerea dos EUA - Reprodução/US Air Force/Business Insider - Reprodução/US Air Force/Business Insider
Avião MC-130 da Força Áerea dos EUA
Imagem: Reprodução/US Air Force/Business Insider

Já com relação ao MC-130, considerado a espinha dorsal da frota norte-americana, a principal novidade seria fazer a aeronave pousar na água, um dos poucos recursos não disponíveis neste tipo de avião.

O MC-130J, versão mais recente da aeronave, é especializado em infiltração, transporte e reabastecimento de unidades de operações especiais em ambientes semi ou não permissivos. Uma de suas principais vantagens é que pode pousar em diferentes lugares, incluindo praias, desertos e rodovias.

A atualização desejada pelo Comando de Operações Especiais permitirá que, até 2023, o avião também seja pousado na água. O programa já está sendo trabalhado com o Planejamento e Experimentação de Desenvolvimento Estratégico do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos.

A ideia do exército dos Estados Unidos, destaca a matéria, é fazer uma modificação de flutuador anfíbio removível para permitir que o MC-130J pouse e decole na água, se necessário.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que dizia uma versão anterior deste texto, nos 2º, 4º e 5º parágrafos, a aeronave AC-130 não é um caça -- o termo é usado para definir aviões de combate aéreo, enquanto o modelo citado serve para combate contra veículos terrestres. O erro foi corrigido.