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Meteorito de 4,6 bi de anos pode ajudar a revelar origem da vida na Terra

Imagem representativa de meteorito - Frantisek Krejci/Pixabay
Imagem representativa de meteorito Imagem: Frantisek Krejci/Pixabay

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em São Paulo

25/07/2021 11h08

Um meteorito de 4,6 bilhões de anos foi encontrado em uma pegada antiga de ferradura cravada em um campo no condado de Gloucester, região rural no sudoeste da Inglaterra. A rocha espacial é pequena, mas pode ajudar a revelar as origens da vida na Terra.

O raro meteorito, de cor carvão, é do tipo condrito carbonáceo, que representa menos 5% das rochas do espaço que caíram e foram encontradas em nosso planeta, segundo informações da Universidade de Loughborough.

O meteorito encontrado no Reino Unido vem do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, que se formaram no início da história do sistema solar.

Mais antigo do que a Terra, meteorito de 4,6 bilhões de anos é encontrado - East Anglian Astrophysical Research Organization - East Anglian Astrophysical Research Organization
Imagem do meteorito encontrado no Reino Unido
Imagem: East Anglian Astrophysical Research Organization

A rocha espacial foi descoberta por Derek Robson, da East Anglian Astrophysical Research Organization (Organização de Pesquisa Astrofísica de East Anglian), em março deste ano. Desde então, ela está sendo analisada em parceria com cientistas da Universidade de Loughborough.

O objetivo é descobrir detalhes de sua estrutura e composição. A família de meteoritos condrito carbonáceo geralmente contém compostos orgânicos, que são encontrados em todas as coisas vivas. Por isso é tão importante encontrar essas pedras e estudá-las.

"Temos a rara oportunidade de examinar um pedaço de nosso passado primordial", afirmou Shaun Fowler, especialista em microscopia óptica e eletrônica da Universidade de Loughborough.

Como está rolando o estudo do meteorito?

Os pesquisadores usam técnica de microscopia eletrônica em escalas super pequenas, menores do que um fio de cabelo: mícron (milésima parte do milímetro) e nanômetro. A tecnologia usa feixes de elétrons para oferecer imagens detalhadas do objeto analisado.

Além disso, os cientistas usam espectroscopia vibracional (envolve radiação) e difração (capacidade das ondas desviarem) de raios-X, capazes de oferecer informações sobre estrutura química, interações moleculares, entre outros, para determinar a estrutura e composição do meteorito.

"A composição é diferente de qualquer coisa que você encontraria aqui na Terra e potencialmente diferente de qualquer outro meteorito que encontramos — possivelmente contendo alguma química ou estrutura física desconhecida nunca antes vista em outras amostras de meteoritos registradas", destacou Fowler.

*Com informações do site "Live Science".