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Black Friday: veja 7 detalhes do celular para se ligar na hora da compra

freestocks/Unsplash
Imagem: freestocks/Unsplash

Guilherme Tagiaroli

De Tilt, em São Paulo

26/11/2020 04h00

Com a proximidade da Black Friday, que rola nesta próxima sexta-feira (27), muitos varejistas devem vender celulares a preços menores que o convencional. Para ajudar na tomada de decisão, resolvemos explicar algumas características para você ficar de olho na escolha do seu próximo smartphone.

A data costuma ser também uma oportunidade de queima de estoque. Então, é possível que você não encontre muitos aparelhos recém-lançados com preços convidativos. Já celulares lançados no ano passado e neste ano podem pintar com boas condições.

O ramo de smartphones, sobretudo os de gama intermediária, costuma ser bem equilibrado, geralmente trazendo um bom combo entre boa autonomia de bateria, quantidade razoável de memória RAM e armazenamento, além de um bom conjunto de câmeras. Portanto é normal que muitos modelos sejam parecidos nesse sentido. Mas fique atento aos detalhes para saber o que mais vai pesar na sua escolha pessoal.

Processador

Grande parte do desempenho do telefone é ditada pelo SoC (sigla em inglês para "sistema em um chip"), peça central que comporta a CPU (unidade central de processamento) do aparelho e outros itens de hardware. Para simplificar, vamos chamá-lo aqui de processador.

Em aparelhos premium e intermediários, é comum encontrar processadores octa-core (com oito núcleos), enquanto os celulares mais simples vêm com chip quad-core. Porém, só o número não quer dizer muita coisa. Em smartphones sofisticados, o uso destes núcleos é personalizado: alguns trabalham nas atividades mais complexas e outros nas funções mais simples.

Outros processadores contam com neural engine (motor neural, uma espécie de processador só para inteligência artificial) e uma GPU (unidade de processamento gráfica) caprichada para aguentar jogos mais pesados.

De modo geral, há três grandes fornecedores de processadores no mundo Android. A Qualcomm tem a linha Snapdragon, cuja qualificação dos processadores atende ao padrão "quanto maior o número do modelo, melhor". A série 400 costuma equipar smartphones básicos, enquanto a série 600 atende aos smartphones intermediários e a série 700 está presente em intermediários premium. Por fim, tem a série 800, que é encontrada em aparelhos top de linha.

Chip Qualcomm Snapdragon 865 está presente em vários smartphones top de linha lançados em 2020, como o Motorola Edge+ - Divugação - Divugação
Chip Qualcomm Snapdragon 865 está presente em vários smartphones top de linha lançados em 2020, como o Motorola Edge+
Imagem: Divugação

A Samsung tem sua linha própria de processadores, chamada Exynos, mas a marca também costuma usar chipsets de outras empresas, como os Snapdragon da Qualcomm. A regra usada nos Exynos é um pouco complexa, mas com as dicas abaixo dá para identificar os modelos mais atuais.

O modelo mais potente é o Exynos 990, presente no Galaxy S20 e no Note 20. Em linhas intermediárias, você vai encontrar aparelhos com o Exynos 980 e a série Exynos 96xx (9609, 9610 e 9611), geralmente encontrados na linha Galaxy A. Por fim, entre os básicos, existem as linhas Exynos 78xx (7884, 7885) e Exynos 7570 (quad-core), que equipam smartphones Galaxy A bem simples.

Há ainda a Mediatek. Boa parte do portfólio da empresa está concentrado em smartphones intermediários. Nesta linha, há as séries Helio P e Helio G. Ambas contam com processadores octa-core, mas a segunda aparece mais em smartphones voltados para quem curte games, mas não quer gastar muito. O Redmi 9, da Xiaomi, por exemplo, tem chip MediaTek Helio G80.

A empresa tem ainda a linha Dimensity, voltada para smartphones top de linha, mas ainda não há modelos vendidos no mercado brasileiro.

A Apple desenvolve seus próprios processadores, e eles costumam ter bom desempenho, graças a seus sistemas de rede neural e inteligência artificial. A linha mais atual é A14 Bionic, presente nos smartphones da marca lançados neste ano (os quatro iPhone 12). No ano passado, a companhia usou o A13 Bionic, presente nos iPhones 11, iPhone XR e iPhone SE 2020.

Memória RAM

Se você prefere aparelhos Android e preza por um bom desempenho, procure fugir de smartphones com menos de 4 GB de RAM. Abaixo disso, você terá smartphones que dão conta da maioria das tarefas, mas que podem deixar você na mão quando precisar de performance.

Isso não necessariamente se aplica à Apple. A empresa não divulga oficialmente todas as especificações de hardware, como por exemplo a RAM. No entanto, por controlar todo seu ecossistema, os iPhones costumam ter bom desempenho, mesmo com números menores. Um exemplo disso é o iPhone SE (2020), que tem 3 GB de RAM, mas foi bem em nossos testes.

Armazenamento

Com o barateamento do hardware, é mais comum ver smartphones com 64 GB de armazenamento (ainda bem!). Apesar do valor nominal, o que você tem mesmo é um pouco menos que isso, pois as marcas incluem o sistema operacional e alguns softwares adicionais.

Se você gosta bastante de arquivos multímidia (fotos e vídeos) e tem um backup gigante do WhatsApp, vale considerar comprar logo um de 128 GB ou ficar esperto se o aparelho suporta cartão de memória microSD, permitindo a expansão da capacidade de armazenamento.

Moto G9 Plus ganhou "furo" na tela e abandonou o entalhe em formato de gota - Rodrigo Trindade/UOL - Rodrigo Trindade/UOL
Moto G9 Plus é o primeiro Moto G a vir com 128 GB de armazenamento
Imagem: Rodrigo Trindade/UOL

Bateria

Atire a primeira pedra quem nunca reclamou da duração de bateria do telefone. Então, se você quiser comprar um modelo novo com sistema Android, fique de olho em aparelhos com 4.000 mAh ou mais.

Atualmente, várias marcas têm investido em modelos com bastante bateria, como a Samsung com o Galaxy M31 (6.000 mAh) ou o Moto G9 Plus (5.000 mAh). Com estas capacidades, estes telefones prometem até dois dias de bateria de uso moderado.

Parte frontal do Galaxy M31, da Samsung - Gabriel Francisco Ribeiro/UOL - Gabriel Francisco Ribeiro/UOL
Smartphone Galaxy M31 tem bateria de 6.000 mAh
Imagem: Gabriel Francisco Ribeiro/UOL

No mundo Apple, as coisas costumam ser diferentes, pois a empresa desenvolve processador e sistema. O iPhone SE (2020), por exemplo, tem uma bateria de 1.821 mAh, enquanto o iPhone XR tem 2.942 mAh. O primeiro promete duração de um dia, enquanto o segundo pode chegar a dois dias.

Câmera

Como já falamos, não é só o número de pixels da câmera que importa. De modo geral, sensores de 8 MP e 12 MP são o suficiente para quem não é profissional. É comum também termos diferentes sensores, sendo os mais comuns o principal (grande angular), um para fotos de perto (macro) e um com campo de visão expandido (ultra-grande angular). Este último é uma boa para conseguir "pegar mais gente" numa cena sem precisar dar um passo para trás.

Se você curte tirar fotos à noite, vale checar se a empresa oferece algum modo de fotografia com pouca luz, que pode ter diferentes nomes, como Night Vision, Visão Noturna, Modo Noturno, entre outros.

Os sensores de câmera frontal estão cada vez melhores. Então, além da resolução, vale checar se ele suporta o modo retrato (aquele efeito que deixa o fundo desfocado) e se conta com autofoco e recursos de filtro.

Tela

Atualmente, boa parte dos aparelhos têm visores OLED (ou Amoled, que é o nome usado por algumas marcas). Na prática, esse tipo conta com um maior brilho e grande diversidade de paleta de cores. É possível achar ainda aparelhos de tela LCD, sobretudo em smartphones baratos.

É comum também termos telas com resolução Full HD (1.028 X 1.920 pixels), que é a quantidade de pixels na tela. Aparelhos de entrada contarão com visores HD, cujo nível de detalhamento das imagens será menor, mas com uma eficiência maior de bateria. Se você quer um dispositivo top de linha, terá modelos Quad HD (3.200 x 1.440 pixels) e taxa de atualização de 120 Hz - de forma simplificada, isso significa um alto número de ciclos da tela, que conferem maior realismo na transição das imagens em games avançados, por exemplo.

Galaxy Note 20 é lançado pela Samsung - Reprodução - Reprodução
Galaxy Note 20 Ultra tem tela com taxa de atualização de 120 Hz
Imagem: Reprodução