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Bactéria sobrevive no espaço e indica que aguenta viagens entre planetas

Bactéria Deinococcus radiodurans - Reprodução Wikimedia Commons
Bactéria Deinococcus radiodurans Imagem: Reprodução Wikimedia Commons

Mariana Matos

Colaboração para Tilt*

11/11/2020 04h00

Sem tempo, irmão

  • Bactéria sobreviveu durante o ano de exposição fora da Estação Espacial Internacional
  • Pesquisa aumenta as crenças de que a vida microbiana pode ter se espalhado pelo espaço
  • A bactéria Deinococcus radiodurans está no Guinnes Book como a mais resistente já conhecida

Uma bactéria, conhecida por ser extraordinariamente resistente, conseguiu sobreviver fora da Estação Espacial Internacional por um ano. Segundo os pesquisadores, essa capacidade de resistência e adaptação em condições adversas traz evidências de que viagens mais longas e distantes são possíveis para esses organismos.

Com isso, a compreensão sobre como a vida microbiana consegue sobreviver no espaço ganhou mais um reforço. A campeã no quesito sobrevivência foi a bactéria Deinococcus radiodurans.

Os resultados da pesquisa, realizada pela Universidade de Viena, foram publicados recentemente pelo jornal Microbiome. Eles também reforçam a crença de que esses microrganismos são tão resistentes que podem migrar entre planetas e distribuir vida no universo.

Durante um ano fora da ISS, as células da D. radiodurans foram expostas à radiação cósmica, frio extremo, microgravidade e o vácuo do espaço, e elas não sofreram nenhum dano significativo.

As mudanças detectadas foram mecanismos de adaptação para reparar irregularidades ocorridas neste período de exposição.

"Essas investigações nos ajudam a entender os mecanismos e processos pelos quais a vida pode existir fora da Terra, expandindo nosso conhecimento sobre como sobreviver e se adaptar no ambiente hostil do espaço sideral", afirmou Tetyana Milojevic, autora do estudo.

Essas observações foram possíveis a partir do uso de ferramentas de microscopia eletrônica. Os cientistas utilizaram três tipos de análises para descobrir os mecanismos moleculares que ajudaram na sobrevivência da D. radiodurans.

  • Proteômica, usada para reconhecer as proteínas, que são moléculas com funções construtoras e reparadoras.
  • Transcriptômica, que estuda moléculas de RNA, que mostram quais genes vão aparecer.
  • Metabolômica, que analisa os metabólitos e pode apresentar um panorama geral do estado fisiológico do organismo.

A bactéria Deinococcus radiodurans está no Guinnes Book como a mais resistente já conhecida. Ela até chegou a ter o apelido de "Senhora dos Aneis", uma menção à série de livros "Senhor dos Aneis", por seu grande poder de sobreviver à radiação.

*Com informações dos sites Futurism e Phys.org