Astros do TikTok gravam vídeos de despedida e já preparam vida sem o app
![Tyler Blevins, astro do e-sports no Tiktok - Reprodução](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/43/2020/07/26/ninja-tyler-blevins-astro-do-e-sports-no-tiktok-1595772350592_v2_900x506.png)
Ty Gibson, 20 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, não deu importância no TikTok para as especulações de que sua plataforma favorita de compartilhamento de vídeos seria banida. Mas quando usuários começaram a entrar em pânico após uma falha na plataforma ter apagado o número de visualizações de seus vídeos, as ameaças do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, de bloquear apps chineses, como o TikTok, pareceram mais reais.
O jovem viu outros usuários inundando o aplicativo com despedidas. "Eu pensei que era o fim", disse Gibson em uma entrevista. "Eu nem tive tempo para pensar sobre as coisas." Gravou seu próprio vídeo de despedida para seus 4,6 milhões de fãs, pedindo-lhes para segui-lo no YouTube e no Instagram.
Enquanto o destino da TikTok nos EUA é incerto, as notícias desencadearam uma onda de preocupações entre sua dedicada base de usuários, que está se preparando para migrar para outros serviços. Alguns, como o astro dos e-sports Tyler Blevins, conhecido mais amplamente como Ninja, que tem 4 milhões de seguidores no TikTok, disse a seus 6 milhões de seguidores no Twitter que já havia excluído o TikTok do celular.
Os usuários leais estão apenas aguardando por enquanto. Mas eles estão preocupados —compartilhando vídeos de si mesmos chorando (e dançando) com hashtags como #TikTokBan, que tem 212 milhões de visualizações e #SaveTikTok, com 315 milhões de visualizações no aplicativo.
"Se o TikTok perder a confiança dos usuários, eles perderão a relevância", disse Alexander Patino, vice-diretor do American Influencer Council, uma associação comercial de personalidades de mídias sociais que comercializam produtos online.
Embora existam questões reais de segurança sobre o TikTok, os motivos do governo de Donald Trump são principalmente políticos, o que torna não apenas difícil prever o que Washington decidirá, mas quase impossível retaliar se a proibição ocorrer, disse Justin Sherman, um membro do grupo de estudos Atlantic Council, que se concentra em geopolítica e segurança cibernética. "Acho que a empresa não poderia fazer nada para acalmá-los", disse ele.
O TikTok afirmou que nunca forneceu dados de usuários ao governo chinês e que não o fará se for ordenado, acrescentando que a empresa não recebeu nenhuma solicitação para isso.
Patrocinadores em espera
O efeito de uma proibição do aplicativo nos EUA seria mínimo no mundo da publicidade, já que o negócio de anúncios do TikTok ainda é incipiente e as marcas migrariam facilmente para outras plataformas, disse um executivo de uma grande agência de publicidade. Mas o patrocínio corporativo dos influenciadores já começou a sofrer.
Uma grande marca de bens de consumo suspendeu um acordo de cinco dígitos com um influenciador do TikTok por pelo menos dois meses, porque não queria ser associada a notícias negativas sobre o aplicativo, disse Joe Gagliese, presidente-executivo da agência de marketing de influenciadores Viral Nation, recusando-se a nomear a marca.
James Lamprey, um chef de cozinha com 1,2 milhão de seguidores no TikTok, disse que a incerteza levou uma empresa de câmeras que o patrocinava a interromper o acordo com ele para um vídeo patrocinado no valor de US$ 1.000 , até que haja mais clareza sobre o destino do aplicativo. Lamprey disse que começou a tentar fazer com que seus fãs no TikTok o sigam no Instagram. Se o TikTok for banido, o impacto sobre seus ganhos poderá ser enorme, disse ele.
Denúncias
O TikTok, que virou o app queridinho da quarentena, está sempre envolvido em polêmicas, mas agora a coisa parece mais séria. Primeiro veio a proibição de uso na Índia, depois a ameaça de banimento por parte dos EUA e até o Anonymous, famosa rede de hackers, aconselhou usuários a deletá-lo dos seus smartphones.
O Anonymous afirmou por meio do Twitter que a plataforma da empresa chinesa ByteDance é "essencialmente um malware [vírus] operado pelo governo da China que conduz uma operação de espionagem massiva".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.