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Gasolina ou eletricidade? Entenda a tecnologia por trás do carro híbrido

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt

28/05/2020 04h00

De um lado, carros tradicionais usam combustível fóssil e impactam o meio ambiente ampliando a poluição do ar. De outro, os veículos que usam eletricidade como fonte de energia, mas ainda enfrentam problemas como baixa autonomia e alto preço. No meio de campo, uma alternativa interessante: os chamados carros híbridos.

Eles são capazes de unir qualidades dos motores movidos a combustão e elétricos em um pacote mais acessível tanto financeiramente quanto tecnicamente. Mas você sabe como um motor do tipo funciona?

Como o nome deixa claro, um carro híbrido usa dois tipos de energia: um combustível (aqui, vamos usar a gasolina como exemplo) e uma outra fonte energética, como a eletricidade —que é a mais promissora para carros de passeio. Essa característica faz com que ele seja a junção de dois motores.

A diferença é que há ao menos três tipos de configurações para carros híbridos: os paralelos, os em série e os mistos.

No caso dos paralelos, tanto o motor a combustão quanto o elétrico são capazes de mover o carro. Ele pode rodar só com o motor a combustão tracionando as rodas, ou só com o elétrico fazendo isso, ou com ambos trabalhando juntos.

A potência máxima nesse tipo de carro é obtida pela combinação das potências do motor elétrico e do motor de combustão.

Nos híbridos em série, apenas o motor elétrico traciona as rodas —e ele precisa ter potência suficiente para essa função. Cabe ao motor a combustão atuar como um gerador, que alimenta a bateria que armazena a energia que será usada pelo motor elétrico.

Os modelos mistos, por sua vez, têm uma central eletrônica que avalia a situação para decidir como mover o carro: usando o motor a combustão, o elétrico ou uma combinação de ambos. Esses modelos também podem usar o motor a combustão para recarregar a bateria dos motores elétricos.

Independentemente da configuração usada, esses carros podem ser do tipo plug-in. Isto é, podem ter as suas baterias recarregadas na rede de eletricidade, o que diminui ainda mais o seu impacto ambiental e custo por quilômetro rodado.

Por fim, esses carros contam com sistemas que usam certas situações como desaceleração ou frenagens para recuperar a carga das baterias.

A bateria de um carro híbrido precisa ser trocada?

Sim, as baterias usadas em carros têm uma vida útil, assim como, só para comparar, as baterias de smartphones. Esse tempo pode variar de fabricante para fabricante. Mas, é possível destinar uma bateria "gasta" a outras funções, como para armazenar energia em residências e instalações que gerem eletricidade por meio da luz do sol.

Qual o ganho de eficiência de um carro híbrido em relação a um com propulsão convencional com motor a combustão?

Dependendo do tipo de uso do carro, um híbrido pode ser até 30% mais eficiente do que um carro com propulsão convencional. Isso fica ainda mais notável quando a maior parte do uso é urbano, uma vez que é no "anda-e-para" das grandes cidades que os motores a combustão são menos eficientes e gastam mais combustível.

Fontes:

Emílio Paganoni, gerente sênior de treinamento do BMW Group Brasil; Clayton Barcelos Zabeu, professor de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia

Fabio Kazuki Uema, gerente geral de engenharia da Toyota do Brasil

Toda quinta, Tilt mostra que há tecnologia por trás de (quase) tudo que nos rodeia. Tem dúvida de algum objeto? Mande para a gente que vamos investigar.