O Brasil quer a privacidade como um direito humano, elogia CEO da Microsoft

A lei brasileira de proteção e tratamento de dados pessoais ainda nem funciona na prática no país, mas foi motivo de elogio por parte do chefão da Microsoft, Satya Nadella, que está no Brasil para um evento da empresa sobre inteligência artificial.
Durante a abertura do Microsoft AI+Tour, realizada nesta terça-feira (12) em São Paulo, o executivo-chefe da gigante de tecnologia usou alguns minutos de seu discurso para enfatizar todo animado o fato de o Brasil já ter aprovado uma regulamentação sobre o tema, assim como fez a Europa com o GDPR.
"O Brasil está à frente para garantir a privacidade [dos usuários brasileiros] como direito humano", afirmou o executivo. Ele ainda acrescentou que com a evolução de tecnologias de inteligência artificial é necessário que as empresas e governos se preocupem com a transparência e segurança de todo o volume de informações.
Por conta disso, Nadella reforçou que o Brasil deu um passo importante ao criar regras que asseguram a proteção de dados aos seus cidadãos e reforçou que a Microsoft vai trabalhar para que as suas soluções estejam adequadas.
"Com a regulação de dados, nós queremos ter a certeza de que tudo o que estamos fazendo estão em conformidade com as regulações e leis e que todos os negócios possam se beneficiar", complementou Nadella.
A lei brasileira de dados foi sancionada pelo então presidente Michel Temer em agosto do ano passado, mas ela tem um prazo extenso para entrar em vigor.
Todas as empresas que trabalham com dados pessoais de usuários brasileiros - como nome, endereço, email, idade, estado civil - precisarão se adequar em cerca de um ano.
As novas regras determinam que essas informações não podem ser usadas sem o devido consentimento por nenhuma empresa e nem pelo governo Brasileiro.
Ou seja, qualquer empresa que queira processar o seu CPF, por exemplo, precisa pedir a sua autorização para isso. Se você quiser excluir essa informação do banco de dados da organização, você tem todo o direito.
Quem não estiver dentro das regras pode ser multada em até 2% do faturamento - até o limite de R$ 50 milhões. A regra vale para todas as empresas que coletarem dados no território brasileiro. Por isso, Facebook, Google, Apple e a própria Microsoft precisarão trabalhar dentro da nova lei.
Inteligência Artificial
Durante a sua participação no evento, Nadella também destacou quanto ele acredita que o Brasil tem chances de se tornar um grande polo de desenvolvimento e uso de tecnologias de inteligência artificial.
Para ele, o conjunto entre adoção da tecnologia e a construção das próprias capacidades tecnológicas são essencial para o crescimento econômico e social de um país.
"Queremos empoderar cada pessoa e cada organização no Brasil a conquistar mais", afirmou. "Temos uma tremenda oportunidade. O computador está se tornando o mundo real. Não é mais separado. O Brasil está se tornando mais competitivo", destacou Nadella.
Para chegar nesse objetivo, o executivo-chefe quer que as empresas se tornem independentes durante o processo. Uma das estratégias para isso, segundo ele, é a parceria feita pela Microsoft com o Sesi (Serviço Social da Indústria) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Os estudantes das instituições vão ter acesso gratuito a treinamentos sobre inteligência artificial. Estima-se que mais de 3 milhões de alunos tenham acesso a novidade.
"Estamos fazendo isso para possibilitar que a IA esteja disponível. Trazer novas certificações para os novos que estão começando amanhã para que eles estejam prontos para os empregos no futuro", afirmou.
"Isso vai definir a capacidade do Brasil ter uma intensidade tecnológica por toda a economia e sociedade", acrescentou.
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