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Rádio pública americana NPR deixa Twitter por 'minar' sua 'credibilidade'

Samantha Laurey/AFP
Imagem: Samantha Laurey/AFP

12/04/2023 14h12

A rádio pública americana NPR anunciou, nesta quarta-feira (12), que vai parar de publicar conteúdo no Twitter depois de ser classificada pela plataforma como "mídia estatal" e "mídia financiada com recursos públicos", o que "mina" sua "credibilidade".

"As contas da NPR enquanto organização não estarão mais ativas no Twitter, pois a plataforma adota medidas que minam nossa credibilidade, ao dar a entender, erroneamente, que, do ponto de vista editorial, não somos independentes", declarou a NPR, em um comunicado.

Os jornalistas e emissoras que a compõem "poderão decidir, por sua parte, se querem permanecer na plataforma", disse à AFP uma porta-voz da rede.

"Não vamos colocar nosso jornalismo em plataformas que buscam minar nossa credibilidade e a ideia que o público tem da nossa independência editorial", acrescenta a NPR, que contava com 8,8 milhões de seguidores nessa rede.

A rádio já havia protestado na semana passada, depois que o Twitter rotulou-a como "meio de comunicação afiliado ao Estado americano", colocando-a no mesmo nível os veículos russos RT, ou Sputnik. Na sequência, o Twitter mudou seu rótulo para considerá-la um órgão "financiado pelo governo", como também fez com a BBC britânica.

Nascida em 1970 e muito popular nos Estados Unidos, a NPR é financiada, principalmente, por publicidade e patrocínio, bem como pelas emissoras de sua rede. Menos de 1% de seu orçamento procede de fontes federais, afirma.

A mudança na classificação da NPR se deu alguns dias depois de a rede social retirar sua certificação do jornal The New York Times.

NPR e New York Times, dois veículos altamente respeitados e seguidos nos Estados Unidos, são considerados por alguns conservadores como muito "esquerdistas" e "progressistas".

Em entrevista à BBC nesta quarta-feira, Elon Musk disse que a gestão do Twitter parece uma "montanha-russa" e admitiu "muitos erros", seis meses depois de comprá-lo por 44 bilhões de dólares (em torno de 217,36 bilhões de reais, no câmbio de hoje).

© Agence France-Presse