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Pergunta pro Jokura

REPORTAGEM

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Como o airbag infla mais rápido do que o impacto de uma batida de carro?

Sinalização de airbag no painel do carro - Vitor Matsubara/UOL
Sinalização de airbag no painel do carro Imagem: Vitor Matsubara/UOL

26/06/2023 04h00

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Como o airbag infla mais rápido do que o impacto de uma batida de carro? - Pergunta de Lorena Aires, de Lagoa do Carro (PE) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Pergunta ligeira, cara lagoense do carro.

O sistema é complexo —envolve explosões, sensores ultrassensíveis de movimento, enfim, muita química, física e tecnologia de ponta—, mas a resposta do airbag a uma colisão é mais rápida do que um piscar de olhos: algo próximo de 30 milésimos de segundo (ou milissegundos).

A colisão, por sua vez, considerando o impacto do carro e o contato de motorista e de passageiros com partes internas do veículo, dura de três a cinco vezes mais tempo (de 100 a 150 milésimos), embora isso represente, no máximo, pouco mais do que um centésimo de segundo.

Vou tentar explicar o mais brevemente possível como o airbag infla: quando ocorre uma colisão, uma série de sensores —acelerômetros, giroscópios, sensores de velocidade nas rodas etc.— identificam uma desaceleração acentuada causada pelo impacto.

Se a desaceleração for maior do que o limite estabelecido pelo sistema de segurança do airbag, um circuito elétrico é acionado e dá ignição a um explosivo químico.

Essa explosão gera o gás que infla a bolsa de ar —que no caso de uma colisão frontal, para o motorista, está embutida no volante— antes de o corpo vir para a frente e se chocar internamente.

Para completar o processo, saídas de ar na própria bolsa permitem que o airbag esvazie aos poucos, evitando sufocamento.

Essa simplória explicação contempla, em linhas gerais, os variados tipos de airbags —sejam eles laterais, entre passageiros, para os joelhos, instalados no cinto de segurança etc.

Aliás, vale mencionar que cada um desses tem peculiaridades em relação a posicionamento no veículo e condições para acionamento —impactos frontais, laterais, capotamentos e por aí vai.

Agora, imagine todo esse passo a passo que você leu até aqui, que é uma versão resumidíssima da coisa, acontecendo quase instantaneamente.

Parece mágica, mas só dá resultado por causa de um ingrediente costumeiramente pouco aclamado nessa engenhosa operação salva-vidas automática: o cinto de segurança.

O sistema de airbag, tecnicamente, é considerado um item complementar ao cinto de segurança. Isso quer dizer que, por mais tecnologia e agilidade que entregue, ele só funciona porque o cinto de segurança faz o trabalho de proteção —e de ganhar tempo— primeiro.

É que, graças ao cinto, nosso corpo é travado no momento do impacto, perdendo velocidade e demorando alguns milésimos a mais para colidir com o airbag.

Sem o cinto, o corpo do motorista seguiria com a mesma velocidade do veículo e atingiria o volante e o painel antes de toda essa parafernália inflável entrar em ação para evitar o pior, cara lagoense do carro.

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