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Akin Abaz

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Você tem noção do prejuízo que causa o uso descontrolado das redes sociais?

Roman Odintsov/ Pexels
Imagem: Roman Odintsov/ Pexels

Colunista do UOL

16/09/2021 04h00

Você costuma checar as redes sociais a cada 5 minutos? Frequentemente chega no fim do feed e percebe que já viu tudo que foi postado no dia? Costuma ir em lugares e tirar fotos pensando nos posts que fará mais tarde? Então, esse texto é especialmente para você.

Eu cresci durante os anos 90 e não demorou muito para que minha infância e adolescência se tornassem eletrônicas. Ter a TV, o videogame e o computador como sinônimo de lazer se tornou cada vez mais comum e não demorou muito para que os celulares também ganhassem espaço entre crianças e adolescentes.

Os smartphones e a internet permitem conectar pessoas de uma maneira nunca antes vista, por exemplo, conseguimos reencontrar amigos de longa data e conhecer pessoas dos mais diferentes lugares. Tudo ficou mais rápido e mais fácil. A vida online se tornou cada vez mais comum, mas qual é o preço que pagamos por toda praticidade que ela traz?

Por mais controle que tenhamos no uso das redes sociais, é praticamente impossível estar fora delas. Seja por lazer ou diversão, frequentemente nos vemos utilizando por mais tempo do que gostaríamos e terminando o dia com a sensação de que não fizemos nada de útil.

Atualmente, estima-se que existam ao redor do mundo 3,4 bilhões de usuários ativos em redes sociais. Isso significa que provavelmente você que está lendo esse texto também está. Seus familiares, amigos, conhecidos, professores, colegas de trabalho? Mesma coisa.

E isso fez nossa vida ficar mais fácil. Mandamos mensagem para saber como as pessoas estão, acompanhamos seus perfis para saber o que andam fazendo. Suas conquistas, os lugares que frequentam e até o que comem estão nas redes, nos dando a sensação de que estamos perto uns dos outros.

Mas a gente sabe que por trás das telas as coisas podem ser diferentes. Seus amigos podem não estar tão bem quanto parecem e os lugares podem não ser tão legais sem os filtros para embelezar. A vida online parece mais legal e divertida, e o perigo é que buscamos isso incansavelmente, esquecendo de valorizar a vida real.

O que é FoMO?

A sigla FoMO surgiu nos anos 2000 e significa Fear of Missing Out, ou "medo de estar perdendo algo". A síndrome atinge pessoas viciadas em redes sociais e que sentem que precisam estar constantemente conectadas, apresentando sintomas como mau humor e depressão quando estão offline.

É claro que as redes sociais facilitam muito nossa vida. Aliás, foram ferramentas extremamente importantes principalmente durante a pandemia, já que devido ao isolamento social necessário, as ligações de voz e de vídeo nos permitiram matar a saudade de familiares e amigos.

Mas, para muita gente, a vida dentro desses aplicativos passou a substituir a vida real. Tudo parece mais legal e interessante dentro das telas e isso traz tantos problemas que eu nem conseguiria citar todos aqui.

O contato através do celular ou computador não consegue substituir uma boa risada na mesa de um bar, o abraço quentinho de quem a gente gosta, aquele pôr do sol acompanhado de uma boa brisa, e tantas outras coisas que perdemos quando só o que é online importa.

Existem algumas opções para quem quer diminuir o tempo gasto nas redes sociais. A maioria dos aplicativos mostra o tempo que o usuário passa utilizando, assim é possível medir quantas horas você passou rolando o feed.

Além disso, muitos aparelhos têm configurações que possibilitam delimitar as horas utilizadas, bloqueando o app quando o tempo máximo é atingido. Quando percebo que tenho passado muito tempo online, utilizo essas ferramentas para me ajudar a controlar.

Todo dia eu tento me lembrar que estar em contato com o mundo é muito gostoso e traz infinitas possibilidades. O tempo gasto online também pode ser utilizado em outras atividades que trazem bem-estar: caminhar, ler um livro, ouvir música, entre outras.

Até ficar sem fazer nada é bom para descansar os olhos, o corpo e a cabeça. Afinal, do ócio criativo podem surgir várias ideias e a gente sabe que é disso que o mundo precisa.

* Colaborou Rhayssa Souza, jornalista e redatora de conteúdo da InfoPreta