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Akin Abaz

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Podcasts trazem lembranças da minha infância e reduzem solidão na pandemia

Andrea Piacquadio/ Pexels
Imagem: Andrea Piacquadio/ Pexels

Colunista do UOL

15/04/2021 04h00

Quando eu era criança, um objeto específico marcou minha infância e a relação que estabeleci com meu pais e avós: o rádio. Meu avô era apaixonado por música sertaneja, brega e roda de viola. Até hoje, sempre que ouço esse estilo musical, me lembro dele.

Meu pai herdou o gosto pelo rádio, além das músicas, adorava também radionovelas. Inclusive, lá em casa era ao contrário do que muita gente vê por aí, já que minha mãe sempre teve gosto por ouvir as partidas de futebol, e eu sempre ouvia com ela. O rádio também era a paixão da minha avó, como ela era cega, acompanhava tudo pelas vozes que saíam daquela caixinha e preenchiam a casa.

Eu sempre tive um gosto por tudo isso e por uma emissora específica, a CBN. E defendo com unhas e dentes que o podcast, tão amado atualmente, teve início com ela. O podcast é um tipo de mídia de transmissão de informações relativamente recente, mas é muito parecido com um programa de rádio, o que, cá entre nós, me deixa muito saudosista.

Esse formato de programas de áudio tem vários pontos positivos, como a conveniência de escutar quando quiser, poder realizar outras tarefas simultaneamente e a variedade de produtores e conteúdo.

A pesquisa Kantar Ibope, divulgada em janeiro deste ano, apontou que a audiência de podcasts no Brasil aumentou em 33% no ano de 2020 e, como muita gente já suspeitava, mais da metade dos ouvintes são jovens: 53% das pessoas que acompanham podcasts regularmente têm até 34 anos.

Na minha opinião, no último ano dedicamos mais tempo aos nossos gostos e curiosidades, procuramos saber mais sobre tudo que nos interessa e nos rodeia e tentamos preencher o tempo livre para não surtar. No meu caso, as vozes que agora saem do meu celular preenchem o espaço como preenchiam a casa da minha avó, e diminuem bastante a sensação de solidão.

Hoje em dia é difícil encontrar alguém que nunca tenha escutado um podcast. Com as plataformas de streaming, ficou muito mais fácil encontrar algo do seu gosto e que te prenda por alguns minutos ou até algumas horas. Meus podcasts preferidos são os de notícia ou de economia, além, claro, dos que abordam tecnologia e nerdices em geral.

Inclusive, além de ouvinte, também virei convidado: a Catho, empresa de tecnologia que funciona como um classificado online de currículos e vagas de emprego, me chamou para participar do podcast Trampapo. O episódio "Afrofuturismo e antirracismo no mercado de trabalho" já está disponível e você pode conferir aqui.

Se este texto ainda não te convenceu a dar uma chance aos podcasts, deixo aqui três dicas para você conferir e, quem sabe, entrar nessa era também.

Superar

O podcast da Adriana Barbosa reúne histórias de pequenos empreendedores que conseguiram recriar seus negócios durante a pandemia. Os episódios saem sempre às segundas-feiras com histórias de superação para inspirar.

Meteora

O podcast traz, a cada episódio, informações e humor pela perspectiva feminista de Cristiane Guterres e Renata Hilario. Os episódios são lançados quinzenalmente.

Imagina Juntas

O podcast feito por Carol Rocha, Jeska Grecco e Gus Lanzetta fala sobre relacionamentos, cultura, formatos de trabalho, universo feminino e desgraçamentos de cabeça. Deixo aqui, em especial, o episódio sobre vazamento de dados e os golpes criados a partir dele. Os episódios são lançados semanalmente.

* Colaborou Rhayssa Souza, jornalista e redatora de conteúdo da InfoPreta