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Record, SBT e RedeTV! mantêm aposta milionária em nova audiência da GfK

25/04/2016 11h10Atualizada em 25/04/2016 18h42

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Em uma reunião sigilosa mantida no mês passado em São Paulo, as cúpulas da Record, do SBT e da RedeTV! decidiram manter os investimentos na empresa alemã GfK, que medirá a audiência das emissoras de TVs. O UOL teve acesso com exclusividade a tópicos tratados na reunião. A GfK será a primeira empresa a concorrer com a Kantar Ibope, que hoje tem o monopólio da medição no país.

Em março último começaram a circular rumores de que a GfK desistira e que estava deixando o Brasil. Fontes ouvidas pela coluna junto à empresa e a emissoras de TVs garantem o contrário. Os investimentos irão aumentar.

Estima-se que até 2019, Record, SBT e RedeTV! vão investir no total US$ 100 milhões na implantação definitiva da GfK no Brasil. A Band estava no “pool”, mas, devido à crise financeira, desistiu. A Globo até hoje se recusa a integrar o grupo, mas esta coluna apurou que ainda há conversas entre ambas.

A reunião do mês passado, que só foi revelada agora, foi mantida com o CEO mundial da GkF, Matthias Hartmann.

As emissoras cobraram do executivo uma definição de datas para a divulgação dos primeiros números da GfK. A empresa prometera os primeiros dados para o ano passado, mas já ocorreram vários atrasos, além de outros problemas bem mais graves durante a instalação dos aparelhos de medição em residências, conforme o UOL revelou no ano passado.

Na reunião das três emissoras abertas pró-GfK com Hartmann, houve consenso que a implantação seria mesmo difícil.

Após 40 anos de monopólio de uma única empresa (Ibope), não seria mesmo simples se instalar em um mercado com a geografia e a extensão do Brasil. Mas que isso, a instalação, é inevitável.

SBT, Record, RedeTV! acham que (texto da reunião) “não é mais possível aceitar a falta de ‘compliance’ da Kantar Ibope com as normas dos institutos internacionais de medição de audiência, bem como a auditoria dessa metodologia”.

“Compliance”, do verbo “to comply”, significa estar de acordo e cumprir normas e paradigmas internacionais em uma determinada área --no caso da Kantar, a medição de audiência das TVs abertas e fechadas. Falta de “compliance”, por tanto, é uma acusação grave.

Ao final do encontro, porém, a GfK não estabeleceu uma data precisa para a divulgação dos primeiros dados auditados. Por ora a empresa tem distribuído "extraoficialmente" apenas medições prévias.

No ano passado, a GfK demitiu seu então diretor-geral no Brasil.

OUTRO LADO

Procurada sobre o assunto, a Kantar Ibope afirmou em nota que:  "conta com tecnologia de ponta e um sistema de medição de audiência de TV de altíssima qualidade e único no mundo com dados em real time. A empresa estabeleceu, há cerca de 20 anos, uma relação de transparência com os seus mais de 400 clientes, incluindo uma auditoria realizada anualmente desde 1998 em seus processos de aferição e reporte de audiência.

A auditoria, contratada de maneira independente pelos clientes da Kantar IBOPE Media por meio da comissão ABAP-Redes (Associação composta por representantes de canais de Tv aberta, TV paga e agência de publicidade), é conduzida pela EY (Ernst &Young) sob supervisão do MRC – Media Rating Council, órgão de origem norte-americana e com atuação global cuja missão é garantir padrões de alta qualidade para a indústria de mídia.

Em linha com o objetivo de buscar cada vez mais uma relação de proximidade e excelência com o mercado, em meados do ano passado, a Kantar IBOPE Media implementou uma entrega ainda mais ampla de seus indicadores de processos. Além disso, a empresa também ofereceu à Comissão ABAP-Redes um SLA (Acordo de Nível de Serviço, pela sigla em inglês) que estabelece padrões de qualidade e entrega que vão desde processos para coleta de dados até prazos de envio de relatórios."

colunista no twitter: @feltrinoficial