US$ 40 roubados e 4 mortos: qual foi o primeiro true crime da história?

O gênero do true crime, que relata casos violentos que aconteceram na vida real, é um dos mais falados dos últimos tempos, seja no cinema ou na literatura.

Um dos títulos precursores do gênero foi o livro "A Sangue Frio". Ele foi escrito por Truman Capote, em 1966.

A obra de jornalismo literário acompanha a história do assassinato da família Clutter, no Kansas. O livro se tornou base para diversas adaptações e para o filme "Capote", baseado no processo de escrita do título pelo autor. No Brasil, a obra saiu pela Companhia Das Letras.

O que é

Em 15 de novembro de 1959, quatro membros de uma família da cidade de Holcomb, no Kansas, foram assassinados. Herb Clutter, um fazendeiro, Bonnie Clutter, sua esposa, e dois filhos, Kenyon e Nancy, ainda adolescentes, foram encontrados mortos.

Os quatro foram amarrados, amordaçados e mortos a tiros de espingarda. Herb também teve a garganta cortada.

O crime abalou a pacata cidade de apenas 270 habitantes. Os criminosos haviam levado da casa apenas um rádio da marca Zenith, um par de binóculos e US$ 40.

Poucos meses depois das mortes, Richard Hickock e Perry Smith foram presos pela chacina. Condenados à morte, em 14 de abril de 1965 eles foram enforcados.

"A Sangue Frio" descreve a reação dos moradores da cidade, a investigação policial e as histórias dos criminosos. O autor entrevistou familiares das vítimas e do assassinos, recolheu documentos oficiais, leu cartas e acompanhou todo o desenrolar da investigação.

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Livro 'A Sangue Frio', de Truman Capote
Livro 'A Sangue Frio', de Truman Capote Imagem: Amazon

Truman Capote escreveu um "romance não-ficcional", considerado a primeira obra do New Journalism. Em 25 de setembro de 1965, a revista The New Yorker publicou o último dos quatro capítulos, batendo recordes de vendas. Em janeiro de 1966, o romance saiu em formato de livro.

O filme "Capote", protagonizado por Philip Seymour Hoffman, foi lançado em 2005 e detalhes de como o autor desenvolveu o livro. A produção rendeu a Seymour Hoffman o Oscar de Melhor Ator.

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