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'Até 69 de teta': como é trabalho da personagem de Tatá em Terra e Paixão?

Tata Werneck dá vida a personagem Anely em Terra e Paixão; confira como funciona rabalho de camgirl - Globo
Tata Werneck dá vida a personagem Anely em Terra e Paixão; confira como funciona rabalho de camgirl Imagem: Globo

De Splash, em São Paulo

23/05/2023 18h00

Anely, personagem de Tatá Werneck em "Terra e Paixão" (Globo), trabalha como camgirl. A profissão é escolhida por modelos que realizam transmissões ao vivo em plataformas. As modelos faturam de R$ 1,20 a R$ 4,20 por minuto, conforme a modalidade.

Como funciona?

O Camera Prive é o principal site do segmento. A plataforma, que diz contar com audiência de 2 milhões de pessoas, informa que os rendimentos podem superar os R$ 30 mil por mês.

O site trabalha com três tipos de lives, explicaram as modelos em conversas exclusivas com Splash. As mais simples permitem a entrada de um grupo de pessoas — incluindo voyers, que não podem interagir com a modelo, mas acompanham a live.

Existem também as chamadas privadas — em que há um diálogo direto com o cliente, mas outras pessoas podem assistir — e as exclusivas, que deixam a modelo no chat com apenas uma pessoa.

Bruna Dias, 28, aproveita as lives simples para investir em surubas. "Vão todos para a minha casa e a gente faz uma festinha, sabe? Cada um brinca um pouquinho, namora um pouquinho, beija, transa um pouquinho. [...] Eram geralmente oito pessoas".

"Uma vez, os clientes me pediram um 'meia nove de teta'. Quebramos a cabeça para entender, mas conseguimos fazer com uma amiga [...] Ela colocou a cabeça na minha barriga, virada para baixo, e a gente ficou roçando", contou Bruna.

A duração das chamadas e os horários são definidos pelas modelos. "Eu passava muitas horas, fiquei um pouco viciada. Da mesma forma que os homens viciam, a gente também acaba viciando", disse Zara Snake, 31.

A finalidade das chamadas varia de acordo com os clientes. Há quem goste de realizar fetiches ou assistir às cenas de sexo explícito. Outros homens buscam as lives apenas para conversar.

Bruna disse ter conseguido R$ 40 mil em um ano na plataforma. Zara Snake afirmou ter faturado R$ 250 mil nos três anos em que realiza as lives.

É importante identificar a necessidade do cliente. Se um cara quer muito ver os meus seios e está lá com o pa* duro, ele vai gozar e ir embora logo depois que eu mostrar. O negócio é ir levando em banho-maria, dar uma sensualizada sem exibir tudo. Ele continua na sala, com tesão, pelo maior tempo que eu conseguir.
Zara Snake, camgirl

Dominação financeira

Anely pede para que os clientes aumentem o valor do PIX em uma das primeiras cenas de Tatá Werneck. Essa prática específica tem nome entre as profissionais da área: dominação financeira.

Ivy Moon, 23, costuma atender fetiches em suas lives. Entre os pedidos inusitados, a modelo já passou comida pelo corpo para satisfazer um cliente.

"A mulher tem controle sobre o homem e o dinheiro dele. Então ela pode controlar até o cartão de crédito, isso depende de cada um. É uma encenação", afirmou Ivy.

"Chamamos esses clientes de 'corninhos', 'capachinhos'. "Eles gostam que a gente tire o dinheiro deles. Mas precisa ser aos poucos. Alguns gostam, mas não têm um poder aquisitivo tão alto", comentou Bruna Dias.

As modelos recebem "presentes" — valores em dinheiro — para atenderem desejos específicos dos clientes, independentemente de ser uma chamada simples, privada ou exclusiva.

"Às vezes eu ainda fico assustada. [...] Os caras já me pediram para soltar um pum. Eu fiquei assim: 'um pum? Mas como assim? Você gosta de pum?'", brincou Zara Snake.