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REPORTAGEM

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Marcelino Freire e a escrita sob violência, para se vingar

Colunista do UOL

29/04/2022 04h00

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Foi na semana em que Lygia Fagundes Telles morreu que gravei o papo com Marcelino Freire. Como não poderia deixar de ser, a passagem da autora de "As Meninas" fez parte da conversa. Mas não foi por isso que havia convidado Marcelino para estar aqui no podcast.

Agitador cultural, referência na formação de escritores e um dos principais autores do Brasil neste começo de século, ele está com trabalho novo na área. Falo de "Seleta - Por Pior que Pareça" (José Olympio), reunião de contos publicados anteriormente em outros livros e selecionados pelo próprio autor que costuma dizer que escreve para se vingar, escreve sob violência.

Marcelino não se preocupou em criar métodos rígidos para chegar aos contos selecionados. Escolheu outro caminho: elegeu aquelas histórias que as pessoas mais pedem para que leia, para que fale a respeito.

"Segue a minha Seleta. Por pior que pareça", escreveu com gaiatice ao mandar o material para a editora. Os 21 contos servem como panorama das características do autor. A oralidade, as marcas do teatro, a sexualidade e a grande diversidade de personagens estão ali.

No papo Marcelino também falou sobre a importância do escritor ter certo desapego de sua obra, do talhar do próprio estilo, da Balada Literária, evento que criou e organiza desde 2006, de dicas para colegas escritores e da vida que não é nada macha, mas feminina.

A foto de Marcelino Freire usada na arte do podcast foi feita por Marco Fiol/ Navega Cursos.

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