'Pantanal' tem lançamento pesado da Globo e remake estreia com ar vitorioso

É de se admirar a estratégia de divulgação da Globo para o lançamento de "Pantanal", nova novela das 21h, que estreia nesta segunda-feira (28). Toda a programação da emissora está voltada para o lançamento do remake, que será exibido com uma hora e meia de duração. Com toda essa força-tarefa para atrair o público, a sensação é a de que o folhetim já estreia vitorioso.

É bem verdade que esse caminho vem sendo pavimentado há dois anos, quando o "Fantástico" apresentou, em setembro de 2020, uma reportagem confirmando que a TV Globo faria o remake, com direito a vários depoimentos, como o de Benedito Ruy Barbosa, autor do original, e de seu neto, Bruno Luperi, responsável pela adaptação. O jornalístico voltaria ao assunto, um ano depois, ao apresentar a atriz Alanis Guillen, como a nova Juma Marruá. Até quem não é muito ligado às telenovelas sentiu que a história seria a grande aposta no gênero da emissora.

Desde que as primeiras chamadas da saga pantaneira foram veiculadas, há um mês, o burburinho ficou ainda maior. As imagens, a música de abertura - a mesma de 30 anos atrás - reviraram a memória afetiva daqueles que assistiram à primeira versão na extinta TV Manchete. E acredito que devam ter atiçado a curiosidade de quem não teve a oportunidade de testemunhar os 216 capítulos da obra-prima assinada por Benedito Ruy Barbosa.

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Acredito que, para não perder o bonde da história, a emissora montou um lançamento, digamos, agressivo para ninguém esquecer a estreia do remake. Lembram-se da exibição do primeiro capítulo com exclusividade para os confinados do "Big Brother Brasil", na quinta-feira? Com uma sala toda temática, os participantes puderam conferir antes de todo o Brasil o início desse épico pantaneiro. No dia seguinte, foi a vez do "Globo Repórter" mostrar os bastidores das gravações da novela no Pantanal.

É interessante acompanhar toda essa operação para o lançamento de "Pantanal". Afinal, a emissora que exibe hoje o remake é a mesma que rejeitou o projeto e o deixou engavetado. Tanto que Benedito Ruy Barbosa teve que sair da TV Globo para ver seu sonho ser realizado. Ver o canal, agora, mover toda a programação em prol da divulgação da novela, soa como uma reparação, uma espécie de 'pedido de desculpas' ao escritor por não ter acredito no potencial da sua história. Não à toa o remake tem sido alardeado pela equipe do folhetim como uma homenagem a Benedito Ruy Barbosa, de 90 anos. Um tributo merecido, principalmente, quando o homenageado pode recebê-lo em vida.

Em tempo: Uma pena que "Um Lugar ao Sol" não tenha tido um pouco desse cuidado e empenho para sua divulgação. Não tem como garantir, claro, mas se o folhetim de Lícia Manzo tivesse recebido um tratamento parecido, talvez não terminasse como a pior audiência das tramas das 21h da TV Globo.