Programas de Datena, Bacci e Marcão do Povo fazem concorrência dos horrores
A faixa de final de tarde na TV aberta, com exceção da Globo e Cultura, está bem difícil. É um festival de programas "jornalísticos", que na verdade são policialescos, daqueles que se espremer sai sangue.
Todos dão as mesmas notícias, passadas pelas delegacias. E sempre tem um apresentador que se acha mais íntimo daqueles delegados que adoram aparecer, para em breve saírem candidatos e reforçarem a "bancada da bala", e que, por isso, vão conseguir uma informação privilegiada sobre algum crime em pauta.
A função dessas atrações é mostrar que a nossa cidade, o nosso estado e o nosso país estão perigosíssimos, e propor que a solução seja aumentar as penas, prender menores de 16 anos, e talvez se pensar em pena de morte, como solução prática para as famílias de classe média e altas.
Educar e melhorar a vida dos pobres? Nem pensar.
No fim das contas, o que fica são os comentários dos apresentadores José Luiz Datena (Band), Luiz Bacci (Record) e Marcão do Povo (SBT), pensando que são os arautos da edificação humana, mas na verdade todos falam a mesma coisa. Mostram a dificuldade da população e apresentam a solução mais fácil: a detenção e até a morte de quem tratam como a escória da sociedade. Porém, nem de longe discutem o que levou os criminosos a chegarem ao crime. É como se tivessem nascido maus e não merecessem chances.
Quem assiste e acredita no que eles falam, acaba engrossando a massa a favor da bala. Simples assim e perigoso assim.
Deixe seu comentário